quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Em 2010 é que vai ser!

Oh se vai! O que vai ser não sei. Mas que vai ser vai. Sem dúvida. 2010 é que é O ano.


Farei 28 anos em 2010. Só pode ser um grande ano (tem 365 dias, nem bissexto é, mas pronto, é grande).

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Hoje tive uma "visita" especial...

...que veio almoçar comigo. A um dos meus restaurantes favoritos, por sinal.

Ele adorou a comida (óptimo), teceu imensos elogios (excelente) e pareceu ficar muito satisfeito (maravilha).

Mas, e como nada é perfeito, rejeitou no final um fondue de chocolate e frutas. Aparentemente não "aprecia" fondue.

Alto. Há lá coisa mais sensual do que dois namorados a partilharem um fondue de frutas? Há lá coisa mais romântico-pegajosa?

Ninguém é perfeito. Verdade. Mas ele há defeitos bem piores que outros. E não gostar de fondue de frutas e chocolate, convenhamos, é mauzinho!!! Será que devo manter esta relação?

Toda a gente devia fazer uma selecção de candidatos mais rigorosa bem como testes psicotécnicos intensivos que avaliem todas as afinidades e incompatibilidades. No meu, não gostar de fondue de chocolate e frutas seria factor eliminatório!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando foi a última vez que te divertiste a sério?

... perguntou-me o meu amigo F.

Estive com ele na véspera de Natal (e com minha querida amiga A.). Ele faz sempre visitas relâmpago à terrinha. Encontramo-nos, ele diz muito mas deixa muito mais por dizer. Responde-me a perguntas fazendo outras e deixa-me com uma infinidade de dúvidas que eu não tinha. Isto por entre abraços apertados e muitos mimos. O F. é dos meus amigos mais antigos e temos um sem-número de histórias em conjunto. Isto dá-nos uma cumplicidade sem par. Posso dizer que ele me conhece como quase ninguém. Por isso, a pergunta que deu a origem ao título deste post teve tanto sentido. E obteve como resposta o meu silêncio.

Hoje ia no carro (trânsito descomunal, parecia Nova Iorque e não uma terrinha do interior alentejano), fila para entrar no parque de estacionamento, uma chuva intensa... eis que começa a dar na rádio uma música de discoteca. Veio-me à cabeça a pergunta do F.! E também aquelas noites em que dancei até ao amanhecer. Em que pouco me importava se alguém olhava para mim ou não. Se estou gorda ou feia. Se o pneu à mostra ou se vou esborratar a maquilhagem. Se a roupa é adequada ou se me sinto desenquadrada. Se estou a agradar aos outros ou não. Sem me preocupar com o que vão pensar de mim. Simplesmente abanar o corpo ao ritmo da música sem pensar em mais nada. Não me lembro quando foi a última vez que aconteceu (a última das 2 ou 3 em que isso aconteceu em 27 anos). Sei que foi há muitos anos. Parece que foi numa outra vida, que não esta que vivo agora.

Querido F., não sei quando foi a última vez que me diverti a sério. Mas acredita, farei tudo para que isso aconteça de novo tão depressa quanto possível. É só arranjar companhia da boa e lá vou eu...


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um Natal muito muito muito FELIZ...

...para todos vocês, que merecem!

Que o Menino Jesus, o Pai Natal e/ou o Cachorro Quente de Natal (consoante o que acreditem) vos traga tudo o que desejam.


Eu não posso pedir mais nada. Só uma coisinha. Pequenina. Para 2010. Que aliada à saúde e paz que, felizmente, tenho (e todos os meus também), me deixará muito, muito feliz.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quero mudar de profissão!

Sim! Já, se faz favor!


Vou começar a procurar emprego noutra área. Não estou a gozar!!!! Estou tão, mas tão FARTA disto!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fotos, redes sociais, Chander e ... eu.

Há uma revelação que tenho fazer perante a blogosfera. Eu...fico muito mal nas fotografias.
É verdade. Sou linda e maravilhosa, disso não restam dúvidas. As máquinas fotográficas é que não conseguem captar isso. Provavelmente não têm os megapixels suficientes para tal.

Até me senti muito identificada com um episódio dos Friends em que o Chandler ficava sempre com caras terríveis nas fotografias.

É por isso que me irritam as pessoas que têm aquelas fotos maravilhosas nas redes sociais. Algumas em contra-luz, outras muito naturais e outras ainda com um ar mesmo profissional. E falo de pessoas que eu conheço pessoalmente e são..digamos...normais! E nas fotos parecem capas de revista. Não é justo. Não é não.
É por isso que continuo sem foto nenhuma no meu facebook.

Vou ali amuar, já volto.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mais alguém?

Ok, eu sou conhecida por fazer umas associações estranhas. Normalmente descubro características nas pessoas que mais ninguém concorda e só muito mais tarde me dão razão. A Rita Pereira é o melhor exemplo. Eu dizia que ela é zarolha e toda a gente me chamava maluca "cá zarolha, a miúda é muito gira, zarolháonde?". O que é certo é que desde que o Bruno Nogueira e os Contemporâneos descobriram a sua zarolhice e brincaram com isso, toda a gente acha que a miúda é realmente zarolha.

Nisto, eu descobri outra característica na moçoila (graças ao Farmville). A Rita Pereira é muito parecida com um raccoon, ou se preferirem em português, um guaxinim. São as mesmas feições!


Ora vejam:


















sábado, 21 de novembro de 2009

Semana atípica

A Gripe da moda fez questão de aparecer lá pela escola (estava a tardar).

Desde que surgiu o primeiro caso tem sido em catadupa. É que nem tordos. Turmas a metade, a Sala de Isolamento transformada em sala de convívio, tal é a quantidade de miúdos que para lá vai.

É vê-los de máscara e de luvas...e depois a ir embora com os pais (também de máscara). É um cenário rocambolesco e, certamente, dos maiores exageros da História (diria eu).

Dos adultos é que ainda não foi nenhum. A gripose não quer nada connosco. Algo me diz que quando formos...é todos ao mesmo tempo. Quero ver quem dá aulas depois.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ontem nasceu mais uma princesa...

...a minha querida Beatriz.

Ainda não vi ao vivo (só em fotos) e é tão redondinha e cor-de-rosa.

Infelizmente não vou visitá-la pois a Gripe malvada anda em força pela nossa escola (isto agora é que nem tordos). Já temos turmas a meio e outras para lá caminham. E eu não me perdoria se levasse o vírus malévolo para a pequenina.

A minha J. é uma valente (das poucas mulheres que já tiveram filhos que não nos amedronta com peripécias menos positivos do parto). Está bem e muito feliz.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Testes, testes, testes...

...povoam a minha secretária. Sem tempo para bloggar ou escrever. As minhas desculpas aos 3 leitores deste cantinho.

Assimcumássim, eu que não costumo gostar de poesia, aqui deixo um dos meus poemas favoritos.

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo o que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflicta no meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é plateia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também."

(Oswaldo Montenegro)


Até ao meu regresso (após terminar a escalada ao Everest dos testes).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nem tudo o que luz é ouro...

Enlevada por algumas boas notícias que tenho recebido por parte de pessoas próximas, dou por mim a pensar de forma mais optimista e positiva. Daí que tenha estranhado a conversa com a minha amiga M.
Estive com ela hoje à tarde e achei-a murchinha. Perguntei por novidades, ao que ela respondeu que não tinha, exceptuando a questão de andar com imenso trabalho.

"Conversa-vai-conversa-vem", cunhadas/irmãos e marido (aliás namorado, com quem vive há mais de 2 anos)...lá me confessou que no próximo Sábado vai procurar vestidos de noiva. Eu ia tendo um colapso. Então não havia novidades? Lá perguntei como tinha sido o pedido (aquelas coisas de mulheres), como era o anel, quis saber todos os pormenores...

Fiquei, todavia, um pouco triste com a resposta.

Não houve pedido romântico. Não houve joelho no chão. Foi uma coisa combinada entre o casal como quem combina as próximas férias. Eu acharia tudo bem não fosse o semblante da minha querida M. enquanto dizia resignada:
"Sabes ... os tempos não estão para grandes festas. Quando nós vivemos juntos temos muitas despesas e não dá para andar a fazer surpresas um ao outro."

Percebo o que me disse, mas percebo ainda melhor o que os olhos dela me disseram. Não é pelo anel caro ou falta dele (qualquer argola de lata de coca-cola serve ou até nem isso) desde que o sentimento demonstrado no acto de pedir a alguém que passe o resto da vida connosco seja inolvidável. O casamento não é um contrato empresarial. Entendo que para os homens não tenha o mesmo significado, contudo eles também têm de entender o outro lado (neste caso o nosso).
Todas as mulheres são diferentes umas das outras e neste assunto (como em todos) as opiniões são diversas. É preciso conhecer a pessoa que está ao nosso lado para a satisfazermos plenamente.

Neste caso houve uma séria falta de sensibilidade por parte do namorado. E o pior é que estas coisas mais tarde pagam-se caras. Uma falta de atenção aqui e ali em coisas importantes e memoráveis raramente se esquece.

domingo, 1 de novembro de 2009

Ontem vi-os...


...ele e ela...lá iam no carro desportivo dele. Passei por eles numa fracção de segundo. Pareciam felizes. Ele reparou em mim, disse qualquer coisa para o lado mas ela já não olhou a tempo. E já não me viu, mas eu vi-a a ela. Vi-os aos dois, no seu caminho, que só o acaso cruzou com o meu.

Não quero admitir, mas tenho saudade dela (dele não). E quando digo dela, refiro-me à verdadeira e não à que vi no carro. Ou será que é a mesma (e eu é que não sabia)? Ele é sempre o mesmo, disso não restam dúvidas. Quis a vida (e quis ela e ele também...eu é que não...não queria) que o caminho fosse este.

E aqui nos vimos, ontem, na minha cidade. Eu num sentido, eles no outro. Ele viu-me mas ela não. Eu viu-os aos dois, pareciam felizes no seu caminho. E eu, no sentido contrário ao deles, não sei o que parecia porque não me vi. Podia ter olhado para o espelho, naquele momento, para ver como parecia. Mas, se o tivesse feito, não os teria visto. E não teria visto que ele me viu e ela não.

Se não tivesse sido apenas uma fracção de segundo, eu poderia ter abrandado para ela me ver também. Mas, ao mesmo tempo, não sei como parecia (pois não me vi) e por isso não sei se gostaria que ela me visse.

Eles iam felizes e eu vi-os. Ele tentou dizer-lhe que eu estava a passar (para que ela me visse também). Ter-lhe-à dito "olha, é a .... vai ali!". Ela terá olhado com curiosidade (como será que ela me recorda?). Quem sou eu, essa de quem ela se lembra? Sou apenas uma memória dela, pois eu já não sou assim. E ela não tem forma de saber quem eu sou. Sou eu ainda, porém já não sou eu. E ela não sabe, nunca mais me viu (nem ontem, pois já não foi a tempo).

Eles iam no seu caminho, pareciam felizes. Eu ia em sentido contrário. Sou feliz?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dos alunos...

Hoje a sala dos professores esteve numa risota pegada. O motivo foi um aluno do 5º ano.

Parece que a turma (os rapazes...) anda a chegar atrasada à aula que sucede a Educação Física. O motivo é...pasmem-se... os meninos terem vergonha de tomar banho nus, uns em frente aos outros (note-se que têm 10 anos). Alguns deles tomam banho com os boxers e a seguir fecham-se na casa de banho para os substituir por uns boxerzitos sequinhos.

Pois que a minha colega P. que é a directora de turma, lá esteve a explicar-lhes que não têm de ter vergonha uns dos outros. Afinal têm todos a mesma idade e todos somos iguais. Uns mais gordos, outros mais magros..outros mais morenos..enfim..não há que ter complexos. Nisto, um aluno fez um ar circunspecto, levantou prontamente o braço e disse:

"-Isso agora, enquanto ainda estamos no 5º ano, ainda vá...mas quando andarmos no 7º ano e eu tiver um pilão deeeeste tamanho [gesto com os indicadores a indicar uns 30 cm de comprimento] não vou despir-me ao pé dos meus colegas, ah isso é que não vou!"

A minha colega engoliu em seco e segurou-se para não se rir.

Não há como dizer que os jovens não têm esperança no futuro. Isto é que é ser optimista!!!

domingo, 25 de outubro de 2009

E relativamente a boas notícias...

..este fim de semana também foi profícuo!

a) A família F. convidou-nos para um lanchinho na sua nova casa. Apesar de alguns azares durante a sua construção (e de muitos anos à espera da casa de sonho), finalmente estão instalados e felizes. O mais difícil já passou, agora basta muita saúde, paz e felicidade.


b) Os meus amigos G. e E ficaram NOIVOS e já vivem juntos. Apesar de tudo o que correu mal nas suas vidas no último ano (e onde demonstraram ter uma força e perseverança inigualáveis), estão agora felizes e juntos. Ouvi-los falar das tarefas domésticas em conjunto é uma comédia. Ficamos à espera do prometido jantar, mas mais ainda do casório!


Ver pessoas que merecem muito ser felizes alcançar os seus objectivos ou tomar passos importantes na sua vida dá-me muita alegria, bem como esperança no futuro.

Hoje sinto-me....

..como aqueles cãezinhos tristinhos*. Ou então como aqueles bebés que choram.
No fundo...sinto-me uma merda. E não, não me apetece falar sobre isso.





*É óbvio que não vou colocar nenhuma foto porque isso seria demasiado fofinho para este blogue. Isto éum blogue de respeito. Não há cá coisas fofinhas, cutxi-cutxi, queridinhas nem amorosas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não gosto de falar em ídolos (até costumo dizer que não os tenho)...

...mas se tivesse, seria este senhor.

A minha pessoa preferida.Patch Adams. Que deu origem ao filme com o Robin Williams.

E que deu esta entrevista memorável.

Vejam! "Percam" alguns minutos da vossa vida para a ver até ao final (são dez partes).
Eu concordo com cada palavra.


(post muito na linha do que tem escrito o Sávio a propósito do Nariz Vermelho)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

É impressão minha...

...ou o fim-de-semana passou a correr?
Raios...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Freeedooooommm (gritado assim à moda do Mel Gibson em Braveheart)

Estava mesmo, mesmo a precisar deste fim-de-semana!


sábado, 10 de outubro de 2009

É do conhecimento geral que ando a fazer dieta


É uma dieta rigorosa. Muito mesmo. O facto de ainda só ter perdido 2 Kg (em mês e meio) deixa-me desmotivada (esta semana até fui fazer uma ecografia à tiróide para ver se está tudo bem - e está).

Uma coisa que eu não tinha a noção até estar a fazer dieta é o endeusamento, que grassa pela nossa sociedade, de uma nova profissão (altamente glamourosa e bem vista, nem sei como tem um nome em português): nutricionista.

Quem me disse como é que eu devia ou não comer foi a minha médica de família. Lá está, é médica, não sabe receitar dietas... o problema dela é ter estudado 10 anos para ser médica. Se tivesse estudado 4 para ser nutricionista, aí sim, saberia dizer o que se deve comer ou não e a minha dieta estaria a resultar em pleno.

Toda a gente que se apercebe que estou a fazer dieta me faz a pergunta sacramental: "mas estás a ser acompanhada por nutricionista?" e eu lá respondo: "não, mas sim pela minha médica". Não é raro obter um "pffffffff" só faltava dizerem "amadores...".

É óbvio que eu tenho cerca de 4 ou 5 colegas a fazer dietas acompanhadas por nutricionistas. Qualquer uma come bastante mais que eu (e o mesmo número de vezes). Só houve uma que já emagreceu. As outras andam há 2, 3 meses e ainda não perderam um grama.

Hoje foi a minha mãe, a dizer a uma menina que encontrámos "ela está a fazer dieta mas não é daquelas dietas rigorosas do nutricionista". Até me ia dando uma coisinha má. Eu que ando a sopas e maçãs. Que há semanas que não sei o que é ter conforto no estômago a não ser o dos yogurtes líquidos. Não estou a ser rigorosa? Ah ser rigorosa é sinónimo de nutricionista? OK. Mude-se o dicionário então!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Cábula dos políticos

Recebi por e-mail e está genial!
(O pior é que eu acho que isto é mesmo verdade!)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não gostava de morrer...

...sem voltar a viver aqui.


Quando eu estudava e vivia em Lisboa, num dos fins-de-semana em que vinha a casa, apanhei o autocarro e sentei-me ao lado de uma velhota que, pouco antes, ajudei a carregar as malas. Meteu conversa comigo (como todas as velhotas o fazem). Contou-me sobre a sua vida. Contou-me que sempre foi doente (desde que nasceu). Teve um problema no sangue que a fez levar muitas transfusões de sangue. Disse-lhe que sou dadora de sangue. Ficou comovida e agradeceu-me muito. Falou-me dos seus médicos (em particular da médica que a acompanhou mais de perto de quem é muito, muito amiga). Explicou-me que a doença lhe tolheu as esperanças numa vida normal (motivo pelo qual nunca casou nem teve namorados).
Falou-me do amor da sua vida. A cidade de Lisboa. Viveu lá sempre. Até à doença (nesta altura já eram doenças no plural) se tornar tão incapacitante que não lhe permitia subir as escadas do prédio onde morava e teve de se mudar para uma vivenda no Alentejo, que pertencera a um tio.
Agora apenas ia a Lisboa para as consultas (era o caso desse dia).

Mas de tudo o que me disse, a coisa mais maravilhosa foi aquilo que lhe vem à mente de cada vez que tem de se deslocar a Lisboa. Ao passar a ponte, o seu espírito pensa: "Graças a Deus que ainda vivi o suficiente para vir mais uma vez à minha Lisboa".

Nunca mais vi a velhota. Despediu-se de mim com um abraço, e eu dela com a certeza de que pessoas com sentimentos em uníssono existem.

Hoje em dia, cada vez que passo a ponte sobre o Tejo, o meu espírito diz: Meu Deus, obrigado por poder viver o suficiente para voltar à minha (nossa?) Lisboa!"

Nem toda a gente compreende (ou quase ninguém).
Nem toda a gente concorda (ou mesmo ninguém).

Apenas quem lá viveu... quem percorreu, ouviu, percebeu, conheceu, reconheceu, se impressionou, foi impressionado, cheirou, saboreou, chorou, só quem lá sofreu, só quem lá amou. Só quem SENTIU verdadeiramente a cidade pode adorar Lisboa da mesma forma que eu.

Este fim-de-semana estive lá. O que me avivou a certeza de que só lá conseguirei ser feliz.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

5 de Outubro - Dia Mundial do Professor


(imagem retirada daqui)


A todos os que, apesar de se sentirem um pouco desacreditados, continuam a entrar nas salas de aula todos os dias, a mandar o João tirar o boné, a Sara a pastilha elástica, mandar o Manuel escrever o Sumário, chatear a Joana por se ter esquecido do livro e o Vasco por não ter feito o trabalho de casa.
A todos os que fazem da frase "Olha que levas uma falta disciplinar" a mais repetida do dia.
A todos os que ouvem histórias chocantes sobre a vida dos alunos e tentam ajudar o melhor que podem e sabem, envolvendo-se emocionalmente muitas vezes.
A todos aqueles que, literalmente, passaram e irão passar toda a sua vida na escola.
A todos aqueles que são pai, mãe, médico, psicólogo, companheiro, assistente social, amigo, confidente e professor, tudo ao mesmo tempo.
A todos aqueles que dedicam a sua vida às novas gerações, que dia após dia continuam persistentemente a transmitir conhecimento, valores e afectos, MUITOS PARABÉNS!

Sem desprimor para todas as outras, temos a melhor profissão do mundo e simultaneamente, uma das de maior responsabilidade. Não somos perfeitos, mas apesar da nossa profissão se chamar "professor", aquela que mais desempenhamos é a de "aluno" pois todos os dias aprendemos e crescemos.

Quezílias à parte, todos nós somos quem somos - também - por causa dos nossos professores. Uns marcaram-nos positivamente, outros nem tanto, mas todos ajudaram a construir mais um bocadinho do nosso ser.

Se estamos a ler um blogue, se temos a possibilidade de escrever um, devemos isso aos nossos professores.

domingo, 4 de outubro de 2009

Há pior coisa...

...do que ir a um jantar em que:

a) Sou a pessoa mais gorda da mesa (parece um encontro da Central Models ao qual o Danny deVito no feminino foi parar por engano).

b) Quando chega a hora de pedir, toda a gente pede coisas deliciosas, com um cheiro divinal e uns molhos...altamente convidativos.

c) Eu, para manter a minha dieta, pedi a única coisa menos calórica do menu (uma salada de rúcula). Pois que era mesmo uma salada só de rúcula. Dá ideia que os senhores do restaurante compraram uma embalagem de meio quilo do Pingo Doce e despejaram-na no prato.

d) Tive de comer meio quilo de rúcula fria, a olhar para pratos maravilhosos e a declinar toda e qualquer oferta para provar (sob pena de lhes arrancar os pratos da frente e desatar a fugir).

e) É assim o diário de bordo da minha dieta.Mais ainda há coisas piores!!
No dia anterior foi pior ainda! Acordar cedíssimo, dar aulas todo o dia; vir a correr para casa; fazer uma limpeza-relâmpago ao quarto; arrumar o resto do saco para o fim-de-semana: ir a correr para o autocarro; chegar lá e saber que aquele autocarro já não existe; esperar pelo seguinte completamente em stress, a achar que já não vou chegar a tempo ao teatro para ver a peça que queria há anos; não ter tempo para comer nada; chegar a Lisboa e ir em alta velocidade para a peça; não ter tempo para comer nada; dentro do teatro estava um forno; não ter tempo para comer nada; a peça durou quase 3 horas; quando acabou...ir ao Bairro Alto relaxar e beber um copo...ahhhhh...não..o pior do dia (e da semana) estava para vir.

Encontrar um amigo do namorado com a gaja mais mete-nojo do mundo, que do alto da sua toilette cuidadosamente escolhida após o banho que se sucedeu ao seu regalado jantar e da maquilhagem criteriosamente colocada, resolveu mandar-me um sorriso irónico e do mais "Credo...és tão feia, sebosa e nojenta! sou tão tão tão melhor que tu! A sério sou mesmo boa!" (o meu namorado nunca mais acabava a conversa com o amigo e eu a aturar esta vaca) os olhares continuavam: "olha para mim, como sou maravilhosamente superior a ti. Comparada comigo, és uma larva, um fungo, uma bactéria". POR AMOR DE DEUS, quero-me ir embora daqui. E eu que estava cansada demais para lhe poder dar o meu olhar de "Se soubesses como é complicado viver com alguma coisa dentro da cabeça...!" Tirem-me de perto desta fulana que eu não respondo por mim. Fui logo, para casa a sentir-me tudo menos relaxada. Nunca mais vou ao Bairro Alto à noite para relaxar.

Alguém faz um favor à Humanidade e agarra num pouquinho de Napalm e erradica estas gajas para todo o sempre? A sério, é que não há paciência.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O facto de eu querer muito muito muito uma coisa...

...olhar para o lado e toda a gente a ter menos eu... devia-me fazer sentir feliz por essas pessoas?


Eu faço um esforço, mas sinceramente não consigo evitar de pensar: "Porra pá, porque é que sou a ÚNICA que não consegue???"
Faz de mim má pessoa?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Para quando, uma publicidade destas, mas para produtos portugueses?

Alerta: Este não é mais um post de blogues de gaija sobre sapatos. Espero não perder o direito ao selo de "Blogue de Gaja que não fala de sapatos" do Capitão.



A minha irmã, quando foi a Roma, deparou-se com esta publicidade numa revista que por lá apanhou:


Como sabia que eu gostava de sapatos, não se fez rogada e arrancou a página (em vez de me trazer um souvenir como deve ser sua forreta - ela depois deu-me um livro...mas é só mesmo para a chatear).

Hoje, andava aqui a arrumar uns papéis, quando descobri essa publicidade da bela Roma.
Fui pesquisar na net e lá encontrei mais uns anúncios do mesmo género, pertencentes à Associazione Nazionale Calzaturifici Italiani (ca raio que a língua tem uma sonoridade que até uma associação do calçado soa bem).

Não faz publicidade aos sapatos Ferragamo, Armani, nem aos Gucci. Enaltece o calçado italiano. Assim, no seu conjunto.

Não pude evitar pensar: e nós?

E o nosso calçado português..? Hum..? E o nosso azeite, o vinho...a cortiça...os móveis...o cafezinho Delta? Hein?

Para quando uma publicidade destas, com este bom gosto e este manifesto orgulho no que é nosso? Porque é de qualidade e porque é português!

domingo, 27 de setembro de 2009

Devo um pedido de desculpas...

...a todos os leitores deste blogue (sim...esses 4).

A verdade é que ando a fazer uma dieta (assim a atirar para o rigorosa). Essa dieta retira-me toda a alegria. E grande parte da minha vontade de viver. Eu faço um esforço, mas andar permanentemente com fome não é pêra doce (literalmente). Conviver permanentemente com o sofrimento da sensação de fome não é nada agradável.

E o pior de tudo é que ainda não emagreci nem um grama!!! Quando olho para a balança só me dá vontade de chorar. Não tenho imaginação nem criatividade para nada e a vontade de escrever aqui esvaiu-se (como a vontade de tudo o resto).

Com tudo isto, a única coisa que me apetece é gritar aos 4 ventos:

"Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome!"



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Chegou o Outono...

... e fugiu a minha vontade de escrever.


O início das aulas é tramado. Prometo voltar em breve.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Eu adoro a Mafalda

Adoro sim! E porquê?

Porque é tão........certeira!!!

domingo, 13 de setembro de 2009

Se eu mandasse no marketing dos pacotes de açúcar*...

*ok, se eu mandasse mesmo no marketing teria uma profissão muito mais glamorousa e a minha auto-estima estaria provavelmente...na Exosfera... mas pronto. Vocês percebem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Doces, bolachas, beijinhos e elogios

Há uma sensação que conheço quase desde sempre. É talvez aquela que sinto mais vezes, que conheço melhor. Chamo-lhe a sensação "todos-ganham-doces-menos-eu".

Começou no infantário (ou creche...que eu não entendo nada desses preciosismos). Eu fui para lá com 2 anos e meio. Na altura detestava comer (já sei que vou ter a caixa de comentários cheia de "quem te viu e quem te vê"), mas é verdade. A hora da refeição era para mim uma tortura. Normalmente, toda a gente comia e eu ficava desgostosa ainda sentada, a olhar para o prato de comida já fria e a pensar que não me apetecia mesmo nada comer. Os outros meninos iam brincar e eu ficava de castigo, não sem antes me chamarem de "pastelona" (que era a alcunha carinhosamente atribuída a quem não comia).

A cozinheira do colégio era muito minha amiga. Ia-me requentar a comida e tinha muita pena de mim. Quando educadoras viravam costas, ela por vezes, deitava a minha comida fora para me deixar ir para junto dos outros meninos e dizia-lhes que eu já tinha comido. Era minha vizinha e também a minha maior aliada. Tinha a secreta conivência da minha mãe, que sabia que eu detestava comer mas não queria desautorizar as educadoras. Nesta altura, a minha mãe entupia-me de vitaminas e coisas para estimular o apetite e nada resultava.

O castigo mais frequente que as educadoras me brindavam por causa de eu ser "pastelona" era não me darem bolacha ou rebuçado durante a tarde. Os outros meninos ofereciam-me metade da sua bolacha e quando eram rebuçados tinha algumas amigas que diziam que me davam o delas. As educadoras não deixavam. Que eu estava de castigo, portanto nada de bolacha ou rebuçados. Outras vezes mandavam-me para a sala dos mais pequeninos (conhecida como a "sala dos bebés") por causa dos meus dilemas com a comida.

Eu esforçava-me por ser muito bem comportadinha. Era das mais inteligentes da sala e raramente fazia asneiras. Sentia muita inveja dos meninos que tinham fome e além de comerem tudo ainda repetiam (quem diria...).

Contudo, aceitava esses castigos e não refilava. O que detestava mesmo era que me obrigassem a comer. Como daquela vez em que a minha educadora, já irritada, me enfiou uma garfada tão grande de omelete (que ainda hoje detesto) na boca que eu até custava a dar a volta para mastigar.

Hoje recordo esses castigos com algum humor. Porque continuam a acontecer. Mas agora a minha "educadora" é a vida. E os "doces" que toda a gente ganha menos eu já não são rebuçados nem bolachas.

Continuo a conformar-me por todas as meninas da minha idade terem coisas que não tenho. Provavelmente nunca terei. Só não sei onde ando a falhar (é que eu agora até como mais do que devia). Todas ganham bem, todas têm namorados que as adoram apesar dos seus defeitos. Todas são lindas e bem arranjadas. Todas andam a casar. Todas têm montes de dinheiro para comprar tudo o que querem.
Todas, mas é que todas são felizes menos eu.

Pois que o conformismo acabou! Quero o meu rebuçado e quero a minha bolacha! E não aceito que ninguém me venha oferecer metade da sua bolacha por comiseração.





terça-feira, 8 de setembro de 2009

Estou outra vez mais gordinha...


...alguém conhece um Photoshop que se possa aplicar na realidade (em vez de fotos)? Um Realoshop, hum??? A Adobe ainda não pensou nisso? É que faria cá um sucesso...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Maldita gripe A

Há muito tempo que vivo com um problema de alergias. É isso e a rinite mais a sinosite (e talvez mais coisas acabadas em "ite" de que agora não me lembro).

A verdade é que passo algumas horas por semana a espirrar e bastante pingona. (ok lá se vai grande parte da sensualidade que os leitores deste blogue me atribuíam)

Até aqui tudo bem. De vez em quando lá tinha de levar com a pergunta "estás constipada?" e lá respondia que não, que são só alergias..."és alérgica a quê?" e eu lá retorquia que sou a muita coisa tipo fumos (do tabaco, dos automóveis fumarentos...) ao pó, pólens etc.

Muitas pessoas até (apesar de já terem ouvido centenas de vezes estas respostas) continuavam carinhosamente a dizer "tu andas sempre constipada!!!!" e enfim lá vinha de novo a minha explicação sobre as alergias, os fumos e o pó. Era fofinho.

E eu vivia feliz assim. Eu, o pingo do nariz, os espirros e os 867 pacotes de lenços de papel que uso sempre comigo na minha mala (é mais um malão para ser sincera).

Pois que estes dias felizes e despreocupados acabaram, meus amigos. A Gripe A veio roubar-mos.

Agora de cada vez que espirro tenho gente a fugir de mim como se eu tivesse lepra. Se então me tiver de assoar é ver as pessoas a riparem dos sprays e das toalhitas e a esfregarem-se como se tivessem tocado numa ratazana. E não escondem. Fazem um olhar enojado e se tiverem com os filhotes passam para o outro lado da rua para evitar que os meninos respirem o ar que eu estou a contaminar. Os homens das obras quando vão começar a mandar piropos..se me ouvem espirrar...nicles...até fogem para trás das paredes ainda em construção.

Não tem explicação. Qualquer dia vem um assaltante roubar-me, eu espirro ...e ele foge a sete pés. Lá terei eu de perseguir o bandido alegando que tenho um telemóvel topo de gama e trago o portátil na pasta.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A cidade, o sexo, o príncipe, o duplex, o quarto de vestir e o par de Louboutin's

Eu pertenço a uma geração peculiar. "Entalada" entre as meninas que sonhavam com o príncipe encantado e as meninas que já não têm sonhos (as adolescentes actuais...acreditem, lido com elas todos os dias, sei do que falo), somos aquelas a quem quase tudo foi tirado.

Crescemos a ouvir as histórias das princesas. A saber que devíamos ser boas alunas, ir para a universidade e ter um bom emprego. Que as nossas antepassadas lutaram por tudo isso. Bastava querer e conseguiríamos. As nossas "irmãs" mais velhas (que andam hoje pelos 30 e muitos/40) eram para nós como ídolos. Terminavam a universidade e o trabalho vinha logo ali. São todas independentes, bem remuneradas e bem resolvidas. Casavam e tinham filhos. Era tudo tão fácil.

Depois, surgiu o Sexo e a Cidade. Era para nós como um modelo. Nós vamos ser assim! Vamos ter dinheiro para sapatos bonitos e ser independentes. Vamos ter um apartamento, viver sozinhas e ter namorados. Sim, vamos ter uma vida glamourosa e excitante. Os namorados podem-nos trair mas teremos sempre as viagens com as nossas amigas.

Hoje estamos aqui. Tirámos o curso. Não temos emprego. Ou temos, mas auferimos pouco mais de 500 euros. Não podemos viver sozinhas. Nem por isso viajar. Não podemos comprar sapatinhos caros (vá lá vá lá um parzinho de Melissa's ou Fly London - que as mais velhas chamam depreciativamente de "chinelos").

A nossa vida não se parece nada com a do Sexo e a Cidade que venerámos na juventude (e até aí fomos traídas pois, no final, as 4 fabulosas ficaram todas felizes com os respectivos príncipes, duas delas com filhos). Os rapazes não se parecem nada com os príncipes das histórias que ouvimos na infância.

As "irmãs" mais velhas dizem-nos que tudo é fácil. Se formos boas no que fazemos, facilmente conseguimos emprego e a ganhar muitíssimo bem. Esquecem-se que o "agora" é diferente do "antes" em que elas entraram no mercado de trabalho e se estabeleceram. Tudo isto nos frustra

Nada é como nos foi dito. Tudo nos falhou.

E nós, onde falhámos?

(não dêem demasiada importância a este post...hoje não me recomendo)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Qual o valor que devemos dar à lealdade?

Não pretendo escrever um post moralista, muito menos saudosista e adepto do "antigamente-é-que-era-bom-havia-respeito-e-vergonha-na-cara".

A verdade é que tenho constatado uma cada vez maior indiferença por um valor que, para mim, é fundamental. Trata-se da lealdade. Vejo com bons olhos grande parte das mudanças que a nossa sociedade tem evidenciado: a liberdade sexual, o maior respeito pela mulher, etc., contudo não consigo entender o aumento exponencial daquilo que os nossos avôs chamariam de "falta de vergonha na cara (ou na fuça, focinho, tromba, trombil, whatever)".

Senão vejamos uma situação concreta: imaginemos uma miúda que namore (ou qualquer uma das variantes a que a sociedade moderna nos habituou: dê umas trancadas, ande nos curtes, troque uns fluídos, ande a comer, tenha uma amizade colorida....) com um rapaz. Essa mesma rapariga tem uma grande amiga, pois é! Pois que, com a convivência mútua a que a amiga e o rapaz estão sujeitos por via da namorada, acabam por se apaixonar.

Aqui não vou discorrer sobre os vários graus de nojice que podem acontecer em seguida (podem ser sinceros e contar logo à pobre coitada ou então andar a enganá-la num triângulo amoroso digno de novela da TVI), pois isso é-me relativamente indiferente. Trata-se sempre de nojice, pouca vergonha, imundice, porcaria. Ser porco pode ter muitos níveis que vão desde o simples porco até ao muitíssimo porco. Mas é sempre um porco.

Para mim, esta "amiga" assim que sentia alguma coisa tinha de tentar negar esse sentimento e tentar afastar-se. Não me venham com a conversa de que "é impossível controlar...foi inevitável... tentámos fazer tudo para que isto não acontecesse" porque todos somos adultos e sabemos que isso é a maior treta jamais inventada. Somos responsáveis pelo que sentimos sim! E pelo que fazemos ainda mais.

O pior é que toda a gente acha isto tudo muito normal. Se calhar a amiga enganada ainda devia ser madrinha do casamento do casal suíno. Afinal conheceram-se através dela.

Na minha adolescência era comum utilizarmos,volta e meia, as expressões: "metem-se com os meus amigos, metem-se comigo", "se insultam um familiar meu é como se me insultassem a mim". E toda a gente concordava. Era por demais normal sentir as dores dos outros como se das nossas se tratasse. Um namorado de uma amiga minha traía-a com a loira burra da turma, eu era mulher para deixar de lhe falar e, caso ele sequer tentasse dirigir-me um "bom dia", afinfar-lhe com uma resposta que o deixasse "a pão e laranja".

A maior parte das pessoas não é assim. Somos todos amiguinhos e se levarmos facadinhas não faz mal porque não foi por mal. Somos todos atrasadinhos e não respondemos pelo que fazemos e perdoamos tudo. "Eu não deixo de lhe falar, o que ele fez foi à Maria Joaquina não foi a mim". Por isso posso andar toda "sorrisinhos" para ele porque ainda me pode vir a ser útil no futuro. Afinal, não convém "fechar portas" que é outra expressão que adoro.

Eu, leal, me confesso. Não dirijo a palavra a alguns dos meus ex-namorados (pelo menos aos que foram de raça suína ou canina...). Não sorrio para ex-namorados de amigas minhas (que pertençam às mesmas raças). E sim, fecho portas. Há portas que nunca deviam ter sido abertas, mas depois de se ver a podridão que por lá impera, mais vale fechá-las de novo. E para sempre. Considero que isto me torna uma pessoa recta, de fibra, de raça.

Há que saber perdoar mas há que ter a noção que nem tudo é perdoável.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Se tivesse de eleger o meu vídeo favorito...

...seria este. Foi-me apresentado há uns tempos pelo meu amigo F.

Entrou logo para o 1º lugar do top. Até hoje não tem concorrente à altura.





Amanhã regresso ao trabalho. Vou precisar de toda a energia positiva do mundo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Conguita anda por todo o lado...

(retirado daqui)


Eu sei que a Conguita é a menina-sensação deste Verão. Que a Sic (e o José Sócrates) adoram tirar os caroços da fruta e as grainhas das uvas para a menina. Eu teria umas quantas coisas a dizer sobre isto se não houvesse já quem o tivesse feito e bem (muito melhor do que eu faria - vejam aqui).

Aquele bronzeado de quem se deixou dormir no solário já nos inunda todos os dias a TV. Acerca disto não tenho nada a dizer e é-me completamente indiferente, ora olhem para a minha cara de indiferente!!! (ok, eu sei que isto é um blogue e vocês não conseguem ver a minha cara, mas têm de acreditar em mim, só por esta vez, que a minha cara mostra um ar de profunda indiferença).

Agora...meterem a torrada-queimada num anúncio da rádio a dizer que adora Geografia (que, convenhamos, é uma ciência e tal...) e que graças ao material escolar que anda a promover já sabe onde é o Norte e o Sul, o Este e o Oeste...é um pouco demais não? É que tudo tem limites meus senhores. Tudo tem limites.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Situações embaraçosas - Take 3





Situação 3: No hipermercado
Vou com a minha mãe ao hipermercado. Como a senha do peixe ainda vai na 25 e a minha mãe é a 63, eu antevejo que vou passar ali umas horitas. Como já vi as novidades dos livros e material escolar (os vícios) já coloquei no cesto as bolachas favoritas, as saladas que mais gosto e a maioria das minhas goluseimas, dirijo-me ao corredor dos pensinhos higiénicos pois preciso de comprar (e estava a ver se não me esquecia).

Neste corredor eu gosto sempre de demorar algum tempo pois os preços fazem realmente diferença. Confesso que tenho sempre imensa curiosidade de ir ver os tampões (que não uso porque não consigo) e apreciar as formas, os tamanhos, os aplicadores e toda aquela parafernália. Há até aqueles mesmo muito grandes ("para os dias de maior fluxo!") que se denominam de Ultra, Maxi, ou Super, ou SuperMaxi.

Não interessa, estou eu a apreciar os tampões grandões e a pensar para mim: "Mas como é que elas conseguem usar isto? É enorme! É quase uma nave espacial com uma tripulação de 18 astronautas. Deve ser mesmo desconfortável andar com uma coisa destas o dia todo enfiada na...".

Perdida, nestas deambulações, nem me apercebo de que alguém se aproxima...
"Olá professora" (assusto-me tanto que dou um pulo)
"Oh...olá alunoXPTO";
"Vim comprar fraldas para a minha irmãzinha" -explica o miúdo.(é aqui que olho para a minha mão e quase congelo! Os tampões SuperMaxi!!!!!!!! Ainda os tenho na mão!!! Alerta! Perigo! Largar tampões, repito LARGAR TAMPÕES!!)
"Pois...e a tua mãe onde está?" (isso...ganha tempo...desvia o assunto...fala de tudo menos de tampões SuperMaxi...há que relaxar afinal estas coisas são normais, a maioria das mulheres usa hoje em dia. Nem devem ser assim tão grandes como imagino...olho para eles e sim, confirma-se são gigantes, parecem um dildo.)
"A minha mãe é aquela senhora, que vem para aqui. E aquela é a minha irmãzinha! Mãe anda cá, esta é a minha professora!"
(ok...tudo o que eu desejava era não ter uma coisa na mão a dizer "Para os dias de maior fluxo" na caixa.)

Falo com a mãe, cumprimento a pequenita e despeço-me deles à velocidade da luz. Não ponho os tampões no sítio porque ainda daria mais estardalhaço e fujo dali.

Chego ao pé da minha irmã, que imediatamente olha para as minhas mãos:
"Vais comprar tampões? Mas não consegues usar..ainda por cima dos gigantes! Isso é mesmo grande."Em vez de dar largas à vontade de mandar a minha irmã a um sítio, digo-lhe para ir buscar os pensinhos da marca de sempre e, se puder, que ponha os malfadados tampões na prateleira respectiva.
E é assim a minha vida. Encontrar alunos em todas as situações. Desde discotecas até lojas de roupa interior. Com o tempo tenho aprendido a não dar tanta importância (afinal trata-se da minha vida pessoal) mas acreditem que nem sempre é fácil.

sábado, 22 de agosto de 2009

Situações embaraçosas - Take 2

Situação 2. No café, na altura em que o meu namorado(naquela ocasião, amigo) me estava a perguntar se eu eventualmente queria ser mais do que amiga dele.

E continuam as situações "Ally-Mcbealianas". Na minha vida, são aos magotes. Esta aconteceu comigo e com o meu amor.

O meu príncipe não é da mesma terra que eu. Para além das desvantagens que manter uma relação à distância acarreta, há ainda o problema inicial: o pedido de namoro. Pois que o rapaz, se deslocou à minha terrinha cheio de boas intenções.

Fomos beber qualquer coisa a um cafezito acolhedor e assim mais resguardado dos olhares curiosos, para podermos conversar à vontade.

Ainda estávamos na fase da timidez, ele a tocar-me na mão... até que demos as mãos, etc e tal...ambiente a ficar mais carinhoso e tal... diz-me ele assim "olha, aqueles rapazes estão a olhar para nós e a rir". Eram meus alunos. Estavam com aquele ar maroto do "apanhámos a professora solteira no namoro". Acenei-lhes e eles a mim. Por sorte faziam parte de uma turma com quem eu tinha um relação muito especial e que me andava sempre a perguntar porque motivo eu não tinha namorado. Eu disse-lhes uma vez a brincar que quando eu tivesse, eles iriam ser os primeiros a saber. Estava longe de imaginar que isso se iria concretizar e ainda por cima daquela forma, ao vivo e em directo.
Lá seguiram o seu caminho e eu e o príncipe ficámos no café. Passado o momento da vergonha e timidez proporcionado pelos putos, lá voltámos ao "dá-não-dá" a mão por cima da mesa. Quando já tinhamos os dedos entrelaçados, os miúdos voltam. Desta vez em maior número (eram já uns 6 ou 7). Faziam adeus e iam embora.

Passada uma meia hora, era turma quase toda a passar por ali, a dizer "ehhhh professora!!" quando passavam pela porta do café. A senhora do balcão estava divertidíssima com aquela cena toda e o príncipe para lá de envergonhado.
Acabámos por ir a outro café pois ali não havia claramente privacidade. No caminho ainda encontrámos umas alunas minhas, o que motivou a pergunta "Mas há alguém, nesta cidade que NÃO seja teu aluno?".



















quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Situações embaraçosas- Take 1

Eu sofro da Síndrome Ally McBeal!!
Sim, é verdade! Lembram-se dessa série em que tudo acontecia à protagonista? Foi baseada em mim. Só pode ter sido. Com as devidas diferenças, obviamente.
Eu sou assim, a modos que, azarada. E distraída. Muito mesmo. Além do mais a minha profissão não ajuda. Em tudo quanto é situação embaraçosa...lá se ouvem as palavras simpáticas "olá professora". Se isto na pastelaria, na óptica ou na gelataria não tem problema nenhum, há algumas situações em que dá mesmo vontade de entrar no primeiro buraco que aparecer.

Vou mencionar algumas, que já me aconteceram (separadas em 3 post's, que isto é coisa para ser longa):


Situação 1. Na loja de lingerie:

Estava eu, na referida loja, a escolher um conjunto preto, muito jeitosito, cheio de rendas (mas discretas) e pormenores... e eis que, exactamente no momento em que eu punha o soutien por cima do meu peito para ver se era aquele tamanho ouço..."olá stora". Um aluno meu! Eu corei até às orelhas. Ainda tive uma réstia de esperança ... podia ser engano...uma alucinação auditiva..eu até ouço um pouco mal...Olhei para o lado. Não, é mesmo um aluno!
- "Que giro encontrar a 'stora aqui!!"
(Minha Santa Nossa Senhora fui apanhada...agora compreendo o significado da expressão "ser apanhado com as cuecas na mão"...onde é que me vou meter? Será que me posso enfiar para baixo do balcão? Posso dizer que estou a comprar uma prendinha para a minha tia-avó que faz 95 anos...olho para a lingerie preta..cheira de rendas ..não, não é boa ideia!).

- "Então, o que fazes por aqui?"- pergunto eu tentando disfarçar o indisfarçável.

- "Esta é a minha mãe!!" (sim adivinhem quem...a DONA da loja, a quem eu tinha explicado minutos antes que tipo de lingerie queria...e fui bem explícita se é que me faço entender).- "Vim aqui só avisar que vou agora com os colegas da turma jantar a casa do Não-sei-dos-quantos. Vou já dizer-lhes que estive com a stora".
Comecei a gagejar e a sentir-me pequenina, cada vez mais pequenina.
-"Então manda-lhes beijinhos" - ainda acrescentei. Sinceramente não me lembro de pagar a lingerie, nem de sair da loja. Apagou-se-me tudo da memória como por magia.



terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mais um menino...

A minha colega F. vai ter um Tiago. Mais um menino cheio de sorte por nascer numa família tão bonita. A sua irmã Maria (de 3 anos) já só pensa nele e leva os dias a perguntar quando vem o mano. "E amanhã mãe? É já amanhã?".




E a Taxa de Natalidade da escola vai subir a níveis nunca antes vistos. Para o próximo ao lectivo temos agendados 4 nascimentos (num universo de 50 pessoas).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A vida é justa ou injusta para os "maus da fita"?


Este pensamento tem-se mantido na minha mente desde uma conversa que tive com uma amiga dos meus pais.
Estávamos a falar de uma família muito rica cujos membros são pessoas de bastante má índole. têm prejudicado muita gente gente, particularmente empregados seus que dedicaram muitos anos ao seu trabalho sempre com esforço, empenho e lealdade. Passa-se de "bestial a besta" com alguma facilidade (nomeadamente em questões de exigências legítimas dos trabalhadores, por exemplo o pagamento de horas extraordinárias, etc.) e tudo o que foi feito para trás deixa de ter valor e importância.
Nesta conversa, essa amiga dos meus pais, a C., disse algo como "Eles ainda vão pagar! Têm feito mal a muita gente e desestabilizado muitas vidas."

A C. não é uma pessoa por aí além religiosa, daí que eu percebi que não se referia ao Inferno como forma de "pagamento" pelo mal que têm feito.

Prontamente respondi à C. que não sei se isso é assim. Há gente que passa pela vida a prejudicar toda a gente em seu benefício e escapa sempre "ileso".

O que acho é que quando somos prejudicados por pessoas assim, devemos utilizar isso para crescer e fazer mais e melhor. É como se estivéssemos a nadar numa piscina e alguém nos empurrasse para o fundo. Podemos usar essa força para bater com os pés no fundo e voltar à tona. Com mais garra, mais determinação e mais vontade. A minha postura tende a ser essa "Ai é? Queres-me prejudicar? Então agora é que eu vou mesmo melhorar. Não vais conseguir nem que a vaca tussa!". Conheço algumas pessoas que foram vítimas de pressão psicológica em locais de trabalho e hoje quase todas estão melhor do que antes (profissionalmente falando). E tenho a certeza que as que não estão, certamente irão ficar.

A C. concordou, disse inclusivamente que tenta ter essa postura em que"aquilo que não nos mata, fortalece-nos" mas retorquiu que às vezes é muito difícil. Eu bem sei que é. Se sei. Mas também sei que quando a nossa postura começa a ser essa os outros acabam por desistir porque de alguma forma percebem que não nos estão a atingir onde queriam.

Por isso, todos devemos perceber que quem é mau pode não ter um castigo, todavia o próprio acto de maldade já é um castigo para a própria pessoa que o comete. E nós, devemos distanciar-nos, viver ao lado das pessoas que nos querem bem e a quem queremos bem.
E isso basta.

Decididamente...

...as pessoas deixam-nos na mão na altura em que mais precisamos delas. É um facto!
Então porque nos deixamos sempre cair no mesmo erro? Porque continuamos a confiar que vamos ter uma rede para nos apoiar e depois caímos redondos no chão?

Hoje perdi mais um bocadinho da minha esperança ... nas pessoas, no futuro e em mim.