quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O facto de eu querer muito muito muito uma coisa...

...olhar para o lado e toda a gente a ter menos eu... devia-me fazer sentir feliz por essas pessoas?


Eu faço um esforço, mas sinceramente não consigo evitar de pensar: "Porra pá, porque é que sou a ÚNICA que não consegue???"
Faz de mim má pessoa?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Para quando, uma publicidade destas, mas para produtos portugueses?

Alerta: Este não é mais um post de blogues de gaija sobre sapatos. Espero não perder o direito ao selo de "Blogue de Gaja que não fala de sapatos" do Capitão.



A minha irmã, quando foi a Roma, deparou-se com esta publicidade numa revista que por lá apanhou:


Como sabia que eu gostava de sapatos, não se fez rogada e arrancou a página (em vez de me trazer um souvenir como deve ser sua forreta - ela depois deu-me um livro...mas é só mesmo para a chatear).

Hoje, andava aqui a arrumar uns papéis, quando descobri essa publicidade da bela Roma.
Fui pesquisar na net e lá encontrei mais uns anúncios do mesmo género, pertencentes à Associazione Nazionale Calzaturifici Italiani (ca raio que a língua tem uma sonoridade que até uma associação do calçado soa bem).

Não faz publicidade aos sapatos Ferragamo, Armani, nem aos Gucci. Enaltece o calçado italiano. Assim, no seu conjunto.

Não pude evitar pensar: e nós?

E o nosso calçado português..? Hum..? E o nosso azeite, o vinho...a cortiça...os móveis...o cafezinho Delta? Hein?

Para quando uma publicidade destas, com este bom gosto e este manifesto orgulho no que é nosso? Porque é de qualidade e porque é português!

domingo, 27 de setembro de 2009

Devo um pedido de desculpas...

...a todos os leitores deste blogue (sim...esses 4).

A verdade é que ando a fazer uma dieta (assim a atirar para o rigorosa). Essa dieta retira-me toda a alegria. E grande parte da minha vontade de viver. Eu faço um esforço, mas andar permanentemente com fome não é pêra doce (literalmente). Conviver permanentemente com o sofrimento da sensação de fome não é nada agradável.

E o pior de tudo é que ainda não emagreci nem um grama!!! Quando olho para a balança só me dá vontade de chorar. Não tenho imaginação nem criatividade para nada e a vontade de escrever aqui esvaiu-se (como a vontade de tudo o resto).

Com tudo isto, a única coisa que me apetece é gritar aos 4 ventos:

"Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome! Tenho fome!"



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Chegou o Outono...

... e fugiu a minha vontade de escrever.


O início das aulas é tramado. Prometo voltar em breve.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Eu adoro a Mafalda

Adoro sim! E porquê?

Porque é tão........certeira!!!

domingo, 13 de setembro de 2009

Se eu mandasse no marketing dos pacotes de açúcar*...

*ok, se eu mandasse mesmo no marketing teria uma profissão muito mais glamorousa e a minha auto-estima estaria provavelmente...na Exosfera... mas pronto. Vocês percebem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Doces, bolachas, beijinhos e elogios

Há uma sensação que conheço quase desde sempre. É talvez aquela que sinto mais vezes, que conheço melhor. Chamo-lhe a sensação "todos-ganham-doces-menos-eu".

Começou no infantário (ou creche...que eu não entendo nada desses preciosismos). Eu fui para lá com 2 anos e meio. Na altura detestava comer (já sei que vou ter a caixa de comentários cheia de "quem te viu e quem te vê"), mas é verdade. A hora da refeição era para mim uma tortura. Normalmente, toda a gente comia e eu ficava desgostosa ainda sentada, a olhar para o prato de comida já fria e a pensar que não me apetecia mesmo nada comer. Os outros meninos iam brincar e eu ficava de castigo, não sem antes me chamarem de "pastelona" (que era a alcunha carinhosamente atribuída a quem não comia).

A cozinheira do colégio era muito minha amiga. Ia-me requentar a comida e tinha muita pena de mim. Quando educadoras viravam costas, ela por vezes, deitava a minha comida fora para me deixar ir para junto dos outros meninos e dizia-lhes que eu já tinha comido. Era minha vizinha e também a minha maior aliada. Tinha a secreta conivência da minha mãe, que sabia que eu detestava comer mas não queria desautorizar as educadoras. Nesta altura, a minha mãe entupia-me de vitaminas e coisas para estimular o apetite e nada resultava.

O castigo mais frequente que as educadoras me brindavam por causa de eu ser "pastelona" era não me darem bolacha ou rebuçado durante a tarde. Os outros meninos ofereciam-me metade da sua bolacha e quando eram rebuçados tinha algumas amigas que diziam que me davam o delas. As educadoras não deixavam. Que eu estava de castigo, portanto nada de bolacha ou rebuçados. Outras vezes mandavam-me para a sala dos mais pequeninos (conhecida como a "sala dos bebés") por causa dos meus dilemas com a comida.

Eu esforçava-me por ser muito bem comportadinha. Era das mais inteligentes da sala e raramente fazia asneiras. Sentia muita inveja dos meninos que tinham fome e além de comerem tudo ainda repetiam (quem diria...).

Contudo, aceitava esses castigos e não refilava. O que detestava mesmo era que me obrigassem a comer. Como daquela vez em que a minha educadora, já irritada, me enfiou uma garfada tão grande de omelete (que ainda hoje detesto) na boca que eu até custava a dar a volta para mastigar.

Hoje recordo esses castigos com algum humor. Porque continuam a acontecer. Mas agora a minha "educadora" é a vida. E os "doces" que toda a gente ganha menos eu já não são rebuçados nem bolachas.

Continuo a conformar-me por todas as meninas da minha idade terem coisas que não tenho. Provavelmente nunca terei. Só não sei onde ando a falhar (é que eu agora até como mais do que devia). Todas ganham bem, todas têm namorados que as adoram apesar dos seus defeitos. Todas são lindas e bem arranjadas. Todas andam a casar. Todas têm montes de dinheiro para comprar tudo o que querem.
Todas, mas é que todas são felizes menos eu.

Pois que o conformismo acabou! Quero o meu rebuçado e quero a minha bolacha! E não aceito que ninguém me venha oferecer metade da sua bolacha por comiseração.





terça-feira, 8 de setembro de 2009

Estou outra vez mais gordinha...


...alguém conhece um Photoshop que se possa aplicar na realidade (em vez de fotos)? Um Realoshop, hum??? A Adobe ainda não pensou nisso? É que faria cá um sucesso...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Maldita gripe A

Há muito tempo que vivo com um problema de alergias. É isso e a rinite mais a sinosite (e talvez mais coisas acabadas em "ite" de que agora não me lembro).

A verdade é que passo algumas horas por semana a espirrar e bastante pingona. (ok lá se vai grande parte da sensualidade que os leitores deste blogue me atribuíam)

Até aqui tudo bem. De vez em quando lá tinha de levar com a pergunta "estás constipada?" e lá respondia que não, que são só alergias..."és alérgica a quê?" e eu lá retorquia que sou a muita coisa tipo fumos (do tabaco, dos automóveis fumarentos...) ao pó, pólens etc.

Muitas pessoas até (apesar de já terem ouvido centenas de vezes estas respostas) continuavam carinhosamente a dizer "tu andas sempre constipada!!!!" e enfim lá vinha de novo a minha explicação sobre as alergias, os fumos e o pó. Era fofinho.

E eu vivia feliz assim. Eu, o pingo do nariz, os espirros e os 867 pacotes de lenços de papel que uso sempre comigo na minha mala (é mais um malão para ser sincera).

Pois que estes dias felizes e despreocupados acabaram, meus amigos. A Gripe A veio roubar-mos.

Agora de cada vez que espirro tenho gente a fugir de mim como se eu tivesse lepra. Se então me tiver de assoar é ver as pessoas a riparem dos sprays e das toalhitas e a esfregarem-se como se tivessem tocado numa ratazana. E não escondem. Fazem um olhar enojado e se tiverem com os filhotes passam para o outro lado da rua para evitar que os meninos respirem o ar que eu estou a contaminar. Os homens das obras quando vão começar a mandar piropos..se me ouvem espirrar...nicles...até fogem para trás das paredes ainda em construção.

Não tem explicação. Qualquer dia vem um assaltante roubar-me, eu espirro ...e ele foge a sete pés. Lá terei eu de perseguir o bandido alegando que tenho um telemóvel topo de gama e trago o portátil na pasta.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A cidade, o sexo, o príncipe, o duplex, o quarto de vestir e o par de Louboutin's

Eu pertenço a uma geração peculiar. "Entalada" entre as meninas que sonhavam com o príncipe encantado e as meninas que já não têm sonhos (as adolescentes actuais...acreditem, lido com elas todos os dias, sei do que falo), somos aquelas a quem quase tudo foi tirado.

Crescemos a ouvir as histórias das princesas. A saber que devíamos ser boas alunas, ir para a universidade e ter um bom emprego. Que as nossas antepassadas lutaram por tudo isso. Bastava querer e conseguiríamos. As nossas "irmãs" mais velhas (que andam hoje pelos 30 e muitos/40) eram para nós como ídolos. Terminavam a universidade e o trabalho vinha logo ali. São todas independentes, bem remuneradas e bem resolvidas. Casavam e tinham filhos. Era tudo tão fácil.

Depois, surgiu o Sexo e a Cidade. Era para nós como um modelo. Nós vamos ser assim! Vamos ter dinheiro para sapatos bonitos e ser independentes. Vamos ter um apartamento, viver sozinhas e ter namorados. Sim, vamos ter uma vida glamourosa e excitante. Os namorados podem-nos trair mas teremos sempre as viagens com as nossas amigas.

Hoje estamos aqui. Tirámos o curso. Não temos emprego. Ou temos, mas auferimos pouco mais de 500 euros. Não podemos viver sozinhas. Nem por isso viajar. Não podemos comprar sapatinhos caros (vá lá vá lá um parzinho de Melissa's ou Fly London - que as mais velhas chamam depreciativamente de "chinelos").

A nossa vida não se parece nada com a do Sexo e a Cidade que venerámos na juventude (e até aí fomos traídas pois, no final, as 4 fabulosas ficaram todas felizes com os respectivos príncipes, duas delas com filhos). Os rapazes não se parecem nada com os príncipes das histórias que ouvimos na infância.

As "irmãs" mais velhas dizem-nos que tudo é fácil. Se formos boas no que fazemos, facilmente conseguimos emprego e a ganhar muitíssimo bem. Esquecem-se que o "agora" é diferente do "antes" em que elas entraram no mercado de trabalho e se estabeleceram. Tudo isto nos frustra

Nada é como nos foi dito. Tudo nos falhou.

E nós, onde falhámos?

(não dêem demasiada importância a este post...hoje não me recomendo)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Qual o valor que devemos dar à lealdade?

Não pretendo escrever um post moralista, muito menos saudosista e adepto do "antigamente-é-que-era-bom-havia-respeito-e-vergonha-na-cara".

A verdade é que tenho constatado uma cada vez maior indiferença por um valor que, para mim, é fundamental. Trata-se da lealdade. Vejo com bons olhos grande parte das mudanças que a nossa sociedade tem evidenciado: a liberdade sexual, o maior respeito pela mulher, etc., contudo não consigo entender o aumento exponencial daquilo que os nossos avôs chamariam de "falta de vergonha na cara (ou na fuça, focinho, tromba, trombil, whatever)".

Senão vejamos uma situação concreta: imaginemos uma miúda que namore (ou qualquer uma das variantes a que a sociedade moderna nos habituou: dê umas trancadas, ande nos curtes, troque uns fluídos, ande a comer, tenha uma amizade colorida....) com um rapaz. Essa mesma rapariga tem uma grande amiga, pois é! Pois que, com a convivência mútua a que a amiga e o rapaz estão sujeitos por via da namorada, acabam por se apaixonar.

Aqui não vou discorrer sobre os vários graus de nojice que podem acontecer em seguida (podem ser sinceros e contar logo à pobre coitada ou então andar a enganá-la num triângulo amoroso digno de novela da TVI), pois isso é-me relativamente indiferente. Trata-se sempre de nojice, pouca vergonha, imundice, porcaria. Ser porco pode ter muitos níveis que vão desde o simples porco até ao muitíssimo porco. Mas é sempre um porco.

Para mim, esta "amiga" assim que sentia alguma coisa tinha de tentar negar esse sentimento e tentar afastar-se. Não me venham com a conversa de que "é impossível controlar...foi inevitável... tentámos fazer tudo para que isto não acontecesse" porque todos somos adultos e sabemos que isso é a maior treta jamais inventada. Somos responsáveis pelo que sentimos sim! E pelo que fazemos ainda mais.

O pior é que toda a gente acha isto tudo muito normal. Se calhar a amiga enganada ainda devia ser madrinha do casamento do casal suíno. Afinal conheceram-se através dela.

Na minha adolescência era comum utilizarmos,volta e meia, as expressões: "metem-se com os meus amigos, metem-se comigo", "se insultam um familiar meu é como se me insultassem a mim". E toda a gente concordava. Era por demais normal sentir as dores dos outros como se das nossas se tratasse. Um namorado de uma amiga minha traía-a com a loira burra da turma, eu era mulher para deixar de lhe falar e, caso ele sequer tentasse dirigir-me um "bom dia", afinfar-lhe com uma resposta que o deixasse "a pão e laranja".

A maior parte das pessoas não é assim. Somos todos amiguinhos e se levarmos facadinhas não faz mal porque não foi por mal. Somos todos atrasadinhos e não respondemos pelo que fazemos e perdoamos tudo. "Eu não deixo de lhe falar, o que ele fez foi à Maria Joaquina não foi a mim". Por isso posso andar toda "sorrisinhos" para ele porque ainda me pode vir a ser útil no futuro. Afinal, não convém "fechar portas" que é outra expressão que adoro.

Eu, leal, me confesso. Não dirijo a palavra a alguns dos meus ex-namorados (pelo menos aos que foram de raça suína ou canina...). Não sorrio para ex-namorados de amigas minhas (que pertençam às mesmas raças). E sim, fecho portas. Há portas que nunca deviam ter sido abertas, mas depois de se ver a podridão que por lá impera, mais vale fechá-las de novo. E para sempre. Considero que isto me torna uma pessoa recta, de fibra, de raça.

Há que saber perdoar mas há que ter a noção que nem tudo é perdoável.