segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Se tivesse de eleger o meu vídeo favorito...

...seria este. Foi-me apresentado há uns tempos pelo meu amigo F.

Entrou logo para o 1º lugar do top. Até hoje não tem concorrente à altura.





Amanhã regresso ao trabalho. Vou precisar de toda a energia positiva do mundo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Conguita anda por todo o lado...

(retirado daqui)


Eu sei que a Conguita é a menina-sensação deste Verão. Que a Sic (e o José Sócrates) adoram tirar os caroços da fruta e as grainhas das uvas para a menina. Eu teria umas quantas coisas a dizer sobre isto se não houvesse já quem o tivesse feito e bem (muito melhor do que eu faria - vejam aqui).

Aquele bronzeado de quem se deixou dormir no solário já nos inunda todos os dias a TV. Acerca disto não tenho nada a dizer e é-me completamente indiferente, ora olhem para a minha cara de indiferente!!! (ok, eu sei que isto é um blogue e vocês não conseguem ver a minha cara, mas têm de acreditar em mim, só por esta vez, que a minha cara mostra um ar de profunda indiferença).

Agora...meterem a torrada-queimada num anúncio da rádio a dizer que adora Geografia (que, convenhamos, é uma ciência e tal...) e que graças ao material escolar que anda a promover já sabe onde é o Norte e o Sul, o Este e o Oeste...é um pouco demais não? É que tudo tem limites meus senhores. Tudo tem limites.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Situações embaraçosas - Take 3





Situação 3: No hipermercado
Vou com a minha mãe ao hipermercado. Como a senha do peixe ainda vai na 25 e a minha mãe é a 63, eu antevejo que vou passar ali umas horitas. Como já vi as novidades dos livros e material escolar (os vícios) já coloquei no cesto as bolachas favoritas, as saladas que mais gosto e a maioria das minhas goluseimas, dirijo-me ao corredor dos pensinhos higiénicos pois preciso de comprar (e estava a ver se não me esquecia).

Neste corredor eu gosto sempre de demorar algum tempo pois os preços fazem realmente diferença. Confesso que tenho sempre imensa curiosidade de ir ver os tampões (que não uso porque não consigo) e apreciar as formas, os tamanhos, os aplicadores e toda aquela parafernália. Há até aqueles mesmo muito grandes ("para os dias de maior fluxo!") que se denominam de Ultra, Maxi, ou Super, ou SuperMaxi.

Não interessa, estou eu a apreciar os tampões grandões e a pensar para mim: "Mas como é que elas conseguem usar isto? É enorme! É quase uma nave espacial com uma tripulação de 18 astronautas. Deve ser mesmo desconfortável andar com uma coisa destas o dia todo enfiada na...".

Perdida, nestas deambulações, nem me apercebo de que alguém se aproxima...
"Olá professora" (assusto-me tanto que dou um pulo)
"Oh...olá alunoXPTO";
"Vim comprar fraldas para a minha irmãzinha" -explica o miúdo.(é aqui que olho para a minha mão e quase congelo! Os tampões SuperMaxi!!!!!!!! Ainda os tenho na mão!!! Alerta! Perigo! Largar tampões, repito LARGAR TAMPÕES!!)
"Pois...e a tua mãe onde está?" (isso...ganha tempo...desvia o assunto...fala de tudo menos de tampões SuperMaxi...há que relaxar afinal estas coisas são normais, a maioria das mulheres usa hoje em dia. Nem devem ser assim tão grandes como imagino...olho para eles e sim, confirma-se são gigantes, parecem um dildo.)
"A minha mãe é aquela senhora, que vem para aqui. E aquela é a minha irmãzinha! Mãe anda cá, esta é a minha professora!"
(ok...tudo o que eu desejava era não ter uma coisa na mão a dizer "Para os dias de maior fluxo" na caixa.)

Falo com a mãe, cumprimento a pequenita e despeço-me deles à velocidade da luz. Não ponho os tampões no sítio porque ainda daria mais estardalhaço e fujo dali.

Chego ao pé da minha irmã, que imediatamente olha para as minhas mãos:
"Vais comprar tampões? Mas não consegues usar..ainda por cima dos gigantes! Isso é mesmo grande."Em vez de dar largas à vontade de mandar a minha irmã a um sítio, digo-lhe para ir buscar os pensinhos da marca de sempre e, se puder, que ponha os malfadados tampões na prateleira respectiva.
E é assim a minha vida. Encontrar alunos em todas as situações. Desde discotecas até lojas de roupa interior. Com o tempo tenho aprendido a não dar tanta importância (afinal trata-se da minha vida pessoal) mas acreditem que nem sempre é fácil.

sábado, 22 de agosto de 2009

Situações embaraçosas - Take 2

Situação 2. No café, na altura em que o meu namorado(naquela ocasião, amigo) me estava a perguntar se eu eventualmente queria ser mais do que amiga dele.

E continuam as situações "Ally-Mcbealianas". Na minha vida, são aos magotes. Esta aconteceu comigo e com o meu amor.

O meu príncipe não é da mesma terra que eu. Para além das desvantagens que manter uma relação à distância acarreta, há ainda o problema inicial: o pedido de namoro. Pois que o rapaz, se deslocou à minha terrinha cheio de boas intenções.

Fomos beber qualquer coisa a um cafezito acolhedor e assim mais resguardado dos olhares curiosos, para podermos conversar à vontade.

Ainda estávamos na fase da timidez, ele a tocar-me na mão... até que demos as mãos, etc e tal...ambiente a ficar mais carinhoso e tal... diz-me ele assim "olha, aqueles rapazes estão a olhar para nós e a rir". Eram meus alunos. Estavam com aquele ar maroto do "apanhámos a professora solteira no namoro". Acenei-lhes e eles a mim. Por sorte faziam parte de uma turma com quem eu tinha um relação muito especial e que me andava sempre a perguntar porque motivo eu não tinha namorado. Eu disse-lhes uma vez a brincar que quando eu tivesse, eles iriam ser os primeiros a saber. Estava longe de imaginar que isso se iria concretizar e ainda por cima daquela forma, ao vivo e em directo.
Lá seguiram o seu caminho e eu e o príncipe ficámos no café. Passado o momento da vergonha e timidez proporcionado pelos putos, lá voltámos ao "dá-não-dá" a mão por cima da mesa. Quando já tinhamos os dedos entrelaçados, os miúdos voltam. Desta vez em maior número (eram já uns 6 ou 7). Faziam adeus e iam embora.

Passada uma meia hora, era turma quase toda a passar por ali, a dizer "ehhhh professora!!" quando passavam pela porta do café. A senhora do balcão estava divertidíssima com aquela cena toda e o príncipe para lá de envergonhado.
Acabámos por ir a outro café pois ali não havia claramente privacidade. No caminho ainda encontrámos umas alunas minhas, o que motivou a pergunta "Mas há alguém, nesta cidade que NÃO seja teu aluno?".



















quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Situações embaraçosas- Take 1

Eu sofro da Síndrome Ally McBeal!!
Sim, é verdade! Lembram-se dessa série em que tudo acontecia à protagonista? Foi baseada em mim. Só pode ter sido. Com as devidas diferenças, obviamente.
Eu sou assim, a modos que, azarada. E distraída. Muito mesmo. Além do mais a minha profissão não ajuda. Em tudo quanto é situação embaraçosa...lá se ouvem as palavras simpáticas "olá professora". Se isto na pastelaria, na óptica ou na gelataria não tem problema nenhum, há algumas situações em que dá mesmo vontade de entrar no primeiro buraco que aparecer.

Vou mencionar algumas, que já me aconteceram (separadas em 3 post's, que isto é coisa para ser longa):


Situação 1. Na loja de lingerie:

Estava eu, na referida loja, a escolher um conjunto preto, muito jeitosito, cheio de rendas (mas discretas) e pormenores... e eis que, exactamente no momento em que eu punha o soutien por cima do meu peito para ver se era aquele tamanho ouço..."olá stora". Um aluno meu! Eu corei até às orelhas. Ainda tive uma réstia de esperança ... podia ser engano...uma alucinação auditiva..eu até ouço um pouco mal...Olhei para o lado. Não, é mesmo um aluno!
- "Que giro encontrar a 'stora aqui!!"
(Minha Santa Nossa Senhora fui apanhada...agora compreendo o significado da expressão "ser apanhado com as cuecas na mão"...onde é que me vou meter? Será que me posso enfiar para baixo do balcão? Posso dizer que estou a comprar uma prendinha para a minha tia-avó que faz 95 anos...olho para a lingerie preta..cheira de rendas ..não, não é boa ideia!).

- "Então, o que fazes por aqui?"- pergunto eu tentando disfarçar o indisfarçável.

- "Esta é a minha mãe!!" (sim adivinhem quem...a DONA da loja, a quem eu tinha explicado minutos antes que tipo de lingerie queria...e fui bem explícita se é que me faço entender).- "Vim aqui só avisar que vou agora com os colegas da turma jantar a casa do Não-sei-dos-quantos. Vou já dizer-lhes que estive com a stora".
Comecei a gagejar e a sentir-me pequenina, cada vez mais pequenina.
-"Então manda-lhes beijinhos" - ainda acrescentei. Sinceramente não me lembro de pagar a lingerie, nem de sair da loja. Apagou-se-me tudo da memória como por magia.



terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mais um menino...

A minha colega F. vai ter um Tiago. Mais um menino cheio de sorte por nascer numa família tão bonita. A sua irmã Maria (de 3 anos) já só pensa nele e leva os dias a perguntar quando vem o mano. "E amanhã mãe? É já amanhã?".




E a Taxa de Natalidade da escola vai subir a níveis nunca antes vistos. Para o próximo ao lectivo temos agendados 4 nascimentos (num universo de 50 pessoas).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A vida é justa ou injusta para os "maus da fita"?


Este pensamento tem-se mantido na minha mente desde uma conversa que tive com uma amiga dos meus pais.
Estávamos a falar de uma família muito rica cujos membros são pessoas de bastante má índole. têm prejudicado muita gente gente, particularmente empregados seus que dedicaram muitos anos ao seu trabalho sempre com esforço, empenho e lealdade. Passa-se de "bestial a besta" com alguma facilidade (nomeadamente em questões de exigências legítimas dos trabalhadores, por exemplo o pagamento de horas extraordinárias, etc.) e tudo o que foi feito para trás deixa de ter valor e importância.
Nesta conversa, essa amiga dos meus pais, a C., disse algo como "Eles ainda vão pagar! Têm feito mal a muita gente e desestabilizado muitas vidas."

A C. não é uma pessoa por aí além religiosa, daí que eu percebi que não se referia ao Inferno como forma de "pagamento" pelo mal que têm feito.

Prontamente respondi à C. que não sei se isso é assim. Há gente que passa pela vida a prejudicar toda a gente em seu benefício e escapa sempre "ileso".

O que acho é que quando somos prejudicados por pessoas assim, devemos utilizar isso para crescer e fazer mais e melhor. É como se estivéssemos a nadar numa piscina e alguém nos empurrasse para o fundo. Podemos usar essa força para bater com os pés no fundo e voltar à tona. Com mais garra, mais determinação e mais vontade. A minha postura tende a ser essa "Ai é? Queres-me prejudicar? Então agora é que eu vou mesmo melhorar. Não vais conseguir nem que a vaca tussa!". Conheço algumas pessoas que foram vítimas de pressão psicológica em locais de trabalho e hoje quase todas estão melhor do que antes (profissionalmente falando). E tenho a certeza que as que não estão, certamente irão ficar.

A C. concordou, disse inclusivamente que tenta ter essa postura em que"aquilo que não nos mata, fortalece-nos" mas retorquiu que às vezes é muito difícil. Eu bem sei que é. Se sei. Mas também sei que quando a nossa postura começa a ser essa os outros acabam por desistir porque de alguma forma percebem que não nos estão a atingir onde queriam.

Por isso, todos devemos perceber que quem é mau pode não ter um castigo, todavia o próprio acto de maldade já é um castigo para a própria pessoa que o comete. E nós, devemos distanciar-nos, viver ao lado das pessoas que nos querem bem e a quem queremos bem.
E isso basta.

Decididamente...

...as pessoas deixam-nos na mão na altura em que mais precisamos delas. É um facto!
Então porque nos deixamos sempre cair no mesmo erro? Porque continuamos a confiar que vamos ter uma rede para nos apoiar e depois caímos redondos no chão?

Hoje perdi mais um bocadinho da minha esperança ... nas pessoas, no futuro e em mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O que os homens querem



Afinal, o que querem os homens? Esta é a pergunta que há muito que me atormenta. Verdade seja dita que as mulheres é que têm fama de ser complicadas mas, meus amigos, a cabecita masculina também não é nada simples, não é não! Eu arriscar-me-ia a afirmar que as mulheres só são complicadas porque não sabem o que os homens querem. Isto é sabido!

Enquanto as mulheres sabem perfeitamente o que querem de um homem (ok, algumas...mas deixemos as indecisas de parte, pois essas não sabem o que querem de um homem nem de um par de sapatos nem de um secador de cabelo), os homens parecem saber...mas depois de o terem...afinal não era bem aquilo.
Para as mulheres e aqui vou citar a minha amiga Cláudia P. (que lê este blogue e vai já cobrar-me direitos de autor), basta que um homem:
1) goste de mim
2) me respeite
3) me excite
4) me divirta e se divirta comigo
5) confie em mim
6) goste de mim como sou (começa e acaba em beleza esta minha amiga!!! Eu colocaria isto em 1º, 2º, 3º 4º e 5º e só depois viriam as outras, mas isso excluiria para sempre qualquer possibilidade de vir a arranjar um parceiro).

Se paras mulheres a tarefa é difícil (convenhamos que são características presentes numa percentagem relativamente limitada de espécimes masculinos), para os homens então é completamente impossível.

Falei sobre isto com o meu amigo Gato, rapaz sensato e ponderado e talvez a pessoa mais inteligente que conheço. A resposta que obtive foi parecida à que obtive da Cláudia P., acrescida de uma frase mais do que deliciosa que eu cito directamente: "Nem só de mamas e de rabos vive o Homem". Isto deixou-me intrigada e depois de pensar durante algum tempo concluí: realmente o Gato não tem namorada, daí que sinta que o que deseja numa mulher é tão só e apenas isso (que já não é nada pouco). Apesar da preciosa ajuda percebi que o Gato não era uma amostra representativa.

Com os rapazes que efectivamente têm namorada o caso é bem diferente. Esses só desejam uma coisa: aquilo que a sua namorada não é. Se namoram uma loira, só olham para as morenas que passam. Se a namorada tem um bom rabo...eles só olham para os pares de mamas de quem os rodeia. Se a namorada é magra, as cheinhas nunca lhes pareceram tão atraentes.

Um colega meu da faculdade, que na altura namorava com uma das raparigas mais giras que o nosso curso já tinha visto (para além de mim, é claro...), de vez em quando andava a olhar para outras raparigas (eu até diria..."camafeus") e a elogiá-las. Isto porque, na sua maioria, usavam mini-saias e/ou grandes decotes (de extremo mau gosto, coisa que a namorada dele não tinha). Eu achava aquilo intrigante visto que a namorada era francamente mais bonita do que ele. Ele devia estar a sentir-se um sortudo diariamente e a agradecer a todos os santinhos por ter conseguido sacar aquela miúda. Mas não. Enquanto andou atrás dela sim, mas assim que conseguiu namorar com ela...copas que é trunfo, afinal as outras é que são boas.

Num episódio dos Friends aparece o Joey a dizer ao Chandler que este não se deve prender a nenhuma rapariga pois isso é como só poder comer um e só um sabor de gelado até ao fim da vida. E então todos os outros sabores de gelado deliciosos que existem?

Ora aqui está o problema...tacharammmmmm.
Eles nunca poderão sentir-se satisfeitos porque estão sempre à procura daquilo que não têm. Até comparam as mulheres aos gelados. Fazem lembrar aqueles putos irritantes que não se conseguem decidir por um sabor de gelado. Depois lá escolhem o de baunilha mas ficam a pensar no de chocolate. Comem 3 colheres do de baunilha e olham para o da mãe (que é de chocolate) e então começam: "mãaaaaeee... oh mãaaaaeeeee... eu queria antes de chocolate!!! Troca comigo, vá lá mãaaeeee...". E pronto. Uns anos depois estão a dizer que o problema não somos nós, são eles. Damn right it is!!. Enquanto valorizarem as características que a namorada não tem em vez das que ela efectivamente TEM, vai haver problemas. Porque há sempre alguma mais boazona, mais gira, mais simpática,mais inteligente, ou com orelhas mais pequenas, cabelo mais claro, mais escuro, mais magra, mais cheia.... E nunca vão fazer ninguém feliz, nem ser felizes.

Já estou comó Alqueva "Decidam-se PORRA!".

E depois as mulheres é que são complicadas...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Post apologético

Sem muito tempo (vontade?) para escrever e vos presentear com a qualidade a que já vos habituei (vá todos...em coro.."QUALIDADE??? ahahahahaha") deixo-vos aquela que é, para mim, a melhor canção de amor de todos os tempos. (suspiro...)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ser gaija não é fácil. Ai não é não.

Em primeiro lugar, inventam (só pode ter sido um homem, ou então...uma mulher muito anoréctica) aquelas calças de cintura descida. Uma pessoa engorda um grama e meio...e já está um Michelin (ou Pirelli) de fora.

Depois, tenta-se colmatar isso com aquelas túnicas largas, que andam na moda (algumas são justas na zona do peito e alargam para baixo).

E então não é que começa tudo a perguntar se estamos grávidas? Não acho normal. Não acho. É quase uma média de 4657 pessoas a perguntar-me isso por dia. Dá vontade de arranjar uma t-shirt a dizer "Não, não estou grávida. Estou gorda mesmo! Mas obrigado por perguntares".

Ok, esta ideia está excelente. Nunca tinha pensado nisso. É por estas coisas que adoro ter um blogue. Onde se mandam imprimir t-shirts?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ontem foi o meu aniversário

Apesar da vida não me sorrir (confesso que também não ando a sorrir para ela), o dia do meu aniversário foi tranquilo.

Não gosto de ser o centro das atenções, mas as centenas de mensagens que recebi com conteúdos do estilo "hoje é o teu dia" e com tanto desejo de felicidades e que tudo corra tão bem tão bem tão bem, os presentes atenciosos e os beijinhos deliciosos só poderiam ter um efeito positivo.

Por isso acho que estou melhor. Hoje "posto-vos" com 27 anos e um dia e um pouco mais de esperança no futuro.


domingo, 2 de agosto de 2009

O nó

Hoje senti aquela que foi uma das sensações mais estranhas da minha vida.

Para começar, acordei às 4: 40 da manhã. Foi impossível dormir mais. Volta que volta na cama, levantei-me para ir beber água e fazer chichi. Volto para a cama...e nada. Não havia sono. Vim para a net, depois decidi ler o meu livro. Quando já eram 8 e meia resolvi continuar a ver o filme que tinha iniciado na véspera.

Entretanto a minha mãe acorda e resolve vir-me dizer que vamos para a casa da aldeia. Tinha-se "esquecido" de me comunicar. Eu fiquei embasbacada. Estava a planear o meu dia de forma muito diferente. A minha irmã prontamente começou a arrumar as coisas para ir mas eu não o fiz. Sentia-me adoentada, com dores de cabeça (talvez devido às complicações no sono) e não me apetecia nada sair de casa àquela hora. Além do mais, tinha marcada uma caracolada com os amigos à tarde.

Posto isto, eu e a minha mãe discutimos durante um bocado. Eu porque estou um pouco farta de que ponham e disponham da minha vida como bem entendem e sem sequer me consultar, a minha mãe porque quem decidiu tudo foi o meu pai e ela não tinha nada que me avisar. A minha mãe lá foi arrumar as restantes coisas para levar e eu fiquei sozinha.


Naquele momento tudo quanto me tem aborrecido nos últimos dias (meses? anos?) parecia latejar-me na mente. Senti uma revolta muito grande e uma súbita vontade de chorar que tentei abafar. E foi aí. A sensação de sufocar começou a apertar-me a garganta. Não conseguía respirar nem sequer gritar ou falar. Senti medo. Não reconheci aquela sensação que se prolongava por segundos que pareciam infinitos. Quanto mais me esforçava por inspirar mais a minha garganta se contraía. A cambalear lá agarrei numa garrafa de água e bebi um pouco. Não consegui engolir a água. Durante instantes intermináveis achei que teria de deitar a água fora. Só com um esforço quase sobre-humano consegui engolir a água (que naquele momento me pareceu uma bola de ténis a passar na minha garganta). A seguir chorei. Lá agarrei nas coisas e fui para o carro.

A viagem que se seguiu não a desejo a ninguém. Passei todo o tempo do percurso a concentrar-me em respirar convenientemente. A garganta continuava aqui e ali a tentar fechar-se de novo mas eu tossia e lá conseguia voltar aos ciclos "inspira/expira". As lágrimas escorriam pela minha cara sem eu as conseguir controlar e sem sequer saber porque chorava.

Quando cheguei à aldeia, dormi. Disse que estava doente, que me doía a garganta (o que ao fim ao cabo, é verdade) e pedi para não ser incomodada. O nó na garganta, esse, continua aqui. Como uma dor muscular após um exercício físico intenso.

Do susto já ninguém me livra. Nunca tinha passado por isto e não quero passar tão cedo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Os (dois maiores) prazeres da vida

Comer e...bem... vocês certamente imaginam o outro. Para mim estão profundamente relacionados.

Gosto de ler livros sobre cozinha. Não livros de cozinha, bem entendido. Mas sim daqueles que falam sobre cuisine, cujo personagem principal é um chef ou uma cozinheira admirável.
Não raras as vezes, estes personagens seduzem o ser amado através da culinária. Quanto a mim, é a forma mais bonita, sensual e libidinosa de seduzir alguém.



Na vida real (fora dos livros e dos filmes), a grande maioria dos homens não sabe cozinhar, não quer aprender e está sempre à espera que a mulher o faça. Alguns até continuam, pela vida foram a elogiar continuamente os cozinhados da mãezinha, mas esses ficam para um futuro post.

A mim, calhou-me um príncipe que conta calorias. Adora "barritas" de cereais (que eu chamo de "alpista" e considero intragáveis), bem como maçãs e yogurtes. Este assunto já nos valeu alguns desentendimentos. Por vezes acontece ele contemplar o que vou comer e fazer aquele olhar reprovador, como quem diz "vais comer isso tudo?". Eu sinto-me um pouco recriminada e, sobretudo, incompreendida. Felizmente, damo-nos muito melhor noutros campos.
Para mim não faz sentido comer algo só porque "não faz mal" ou porque "não engorda". Não há nada melhor do que comer com as mãos, saborear e lamber os dedos.


Ando a ler um livro assim, o que me deixa...com água na boca.


«Quando chegou por fim a hora de comer, Bruno observou atentamente Laura a abrir o marisco, a enfiá-lo na boca com ruidosas expressões de deleite, os sucos amanteigados a escorrerem-lhe pelo queixo, conferindo-lhe um lustro brilhante na luz que esmorecia. Adorava a forma como ela comia: sem inibição nem culpa, lambendo o azeite dos dedos com prazer, deleitando-se com cada novo paladar e cada sabor desconhecido. Tinha visto muitas mulheres elegantes a depenicar delicadamente a comida como se fosse perigosa, a dar voltas com ela no prato ou a cortá-la minuciosamente em dezenas de pedacinhos para depois deixarem ficar metade. Laura comia com genuíno prazer e o prazer que ela sentia encontrava eco no seu próprio coração.»

in Receitas de Amor
de Anthony Capella