quinta-feira, 30 de abril de 2009

O meu medo de cães (ou o motivo que hoje me levou a entrar no carro pela porta do pendura)

Chegou a hora de revelar perante toda a blogosfera o meu medo exacerbado dos amigos de 4 patas. Eu sei que são simpáticos e muito "queridos", até bastante "fofinhos" e tudo o mais acabado em "inho" que toda a gente adora evidenciar. Mas eu tenho medo. Não é medo, é pânico. É fobia mesmo. Perco todas as minhas capacidades racionais (que já não são muitas, devo dizer) e só me passam pela cabeça 2 coisas: "gritar" e "fugir".

Ora, hoje estava eu a sair de casa, feliz da vida a cantar e a assobiar (ok, esta parte é mentira, serve apenas para conferir algum enquadramento à questão), quando vejo, coisa-mai-linda, o "canzinho" da minha vizinha - o Eddie (Eddy?)- ao lado do meu bólide.
Já não é a primeira vez que eu vejo o bichinho-queridinho a admirar o maquinão (na última vez estava a praticar uma chuva dourada sobre a jante do pneu traseiro). Escusado será dizer que tive de entrar pela porta do pendura, para evitar uma proximidade maior do que a desejada. E lá tive de executar toda uma ginástica contorcionista matinal para me sentar no lugar do condutor a fim de ir para a escola. Ainda me estão a doer as costas!

E o que leva alguém a temer mais os canídeos do que ser atropelada? (Sim porque eu, se me deparar com um dos fofinhos no passeio, não hesito em fugir para onde eles não me acompanham: a faixa de rodagem!!!)
Pois que eu, tinha aí uns 3 ou 4 anos de idade e estava na aldeia onde moram os meus avós. Resolvi ir ver a minha bisavó que morava na mesma rua, apenas umas casas mais à frente. É então, que aparece um conjunto de 3 "cãezinhos queridinhos". Eram tão fofinhos tão fofinhos que rosnavam e ladravam de forma amigável. Eu desatei a berrar e a chorar muito, fartei-me de bater à porta, mas a minha bisavó (que nesse dia tinha fechado a porta, coisa que nunca acontecia) já era um bocado surda e não me ouviu. Os queridinhos e amorosos lá continuaram nas suas intenções de me ferrar os dentes (mas de forma fofinha, é claro).
Não o chegaram a fazer (fui salva por uma vizinha ), mas o trauma subsiste até hoje.

Da dona dos cães soube-se mais tarde que tinha deixado o portão aberto. Um lapso simples que me poderia ter feito não sobreviver para contar esta história, tal seria o ataque (dos cães ou de coração).

Maneiras que é assim, hoje em dia é comum andar na rua e, se vir um cãozito, eu passo para o outro lado sem mais demoras. Quando vou passear na praia com o meu namorado, estou permanentemente inquieta e receosa. No nosso último passeio acabámos por ir embora, devido à proximidade de mais um queridinho-fofinho.

Mas o mais giro de tudo, é que os cãezinhos lindinhos e amorosos pressentem o meu medo e resolvem ladrar-me ameaçadoramente, o que ainda mais contribui para o meu bem-estar com as adoráveis criaturas.
Os donos, queridinhos também, começam logo a sorrir e a dizer "ele não faz mal, só quer brincar" (enquanto os bichos ladram de forma ainda mais violenta) "quietinho Putchi" (e o animal cada vez mais irritado) "olha a dona Putchi. Aqui Putchi. Sentado!" (mas quem chama Putchi a um bisonte deste tamanho?)...nesta altura o animal começa a ficar cada vez mais descontrolado: "ai que giro o meu Putchi a brincar com a dona...quietinho...não ladra". Ás vezes atiram-se às donas que os tentam disciplinar. É fofinho se virmos bem.
Afinal, "eles não fazem mal, só querem brincar".

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