quinta-feira, 30 de abril de 2009

O meu medo de cães (ou o motivo que hoje me levou a entrar no carro pela porta do pendura)

Chegou a hora de revelar perante toda a blogosfera o meu medo exacerbado dos amigos de 4 patas. Eu sei que são simpáticos e muito "queridos", até bastante "fofinhos" e tudo o mais acabado em "inho" que toda a gente adora evidenciar. Mas eu tenho medo. Não é medo, é pânico. É fobia mesmo. Perco todas as minhas capacidades racionais (que já não são muitas, devo dizer) e só me passam pela cabeça 2 coisas: "gritar" e "fugir".

Ora, hoje estava eu a sair de casa, feliz da vida a cantar e a assobiar (ok, esta parte é mentira, serve apenas para conferir algum enquadramento à questão), quando vejo, coisa-mai-linda, o "canzinho" da minha vizinha - o Eddie (Eddy?)- ao lado do meu bólide.
Já não é a primeira vez que eu vejo o bichinho-queridinho a admirar o maquinão (na última vez estava a praticar uma chuva dourada sobre a jante do pneu traseiro). Escusado será dizer que tive de entrar pela porta do pendura, para evitar uma proximidade maior do que a desejada. E lá tive de executar toda uma ginástica contorcionista matinal para me sentar no lugar do condutor a fim de ir para a escola. Ainda me estão a doer as costas!

E o que leva alguém a temer mais os canídeos do que ser atropelada? (Sim porque eu, se me deparar com um dos fofinhos no passeio, não hesito em fugir para onde eles não me acompanham: a faixa de rodagem!!!)
Pois que eu, tinha aí uns 3 ou 4 anos de idade e estava na aldeia onde moram os meus avós. Resolvi ir ver a minha bisavó que morava na mesma rua, apenas umas casas mais à frente. É então, que aparece um conjunto de 3 "cãezinhos queridinhos". Eram tão fofinhos tão fofinhos que rosnavam e ladravam de forma amigável. Eu desatei a berrar e a chorar muito, fartei-me de bater à porta, mas a minha bisavó (que nesse dia tinha fechado a porta, coisa que nunca acontecia) já era um bocado surda e não me ouviu. Os queridinhos e amorosos lá continuaram nas suas intenções de me ferrar os dentes (mas de forma fofinha, é claro).
Não o chegaram a fazer (fui salva por uma vizinha ), mas o trauma subsiste até hoje.

Da dona dos cães soube-se mais tarde que tinha deixado o portão aberto. Um lapso simples que me poderia ter feito não sobreviver para contar esta história, tal seria o ataque (dos cães ou de coração).

Maneiras que é assim, hoje em dia é comum andar na rua e, se vir um cãozito, eu passo para o outro lado sem mais demoras. Quando vou passear na praia com o meu namorado, estou permanentemente inquieta e receosa. No nosso último passeio acabámos por ir embora, devido à proximidade de mais um queridinho-fofinho.

Mas o mais giro de tudo, é que os cãezinhos lindinhos e amorosos pressentem o meu medo e resolvem ladrar-me ameaçadoramente, o que ainda mais contribui para o meu bem-estar com as adoráveis criaturas.
Os donos, queridinhos também, começam logo a sorrir e a dizer "ele não faz mal, só quer brincar" (enquanto os bichos ladram de forma ainda mais violenta) "quietinho Putchi" (e o animal cada vez mais irritado) "olha a dona Putchi. Aqui Putchi. Sentado!" (mas quem chama Putchi a um bisonte deste tamanho?)...nesta altura o animal começa a ficar cada vez mais descontrolado: "ai que giro o meu Putchi a brincar com a dona...quietinho...não ladra". Ás vezes atiram-se às donas que os tentam disciplinar. É fofinho se virmos bem.
Afinal, "eles não fazem mal, só querem brincar".

quarta-feira, 29 de abril de 2009

As minhas colegas grávidas



Que a gravidez é uma coisa quase contagiosa, eu já desconfiava. A certeza surgiu agora, quando tenho duas colegas em casa, de licença de parto e mais duas apareceram, com a notícia feliz de que estão....grávidas pois!
Para além das conversas na cantina de "ai que coisa maravilhosa estar grávida é o melhor do mundo, passo o dia enjoada mas tudo é recompensado porque é uma coisa linda" ainda temos de estar permanentemente a fazer contas pois a conversa deixa de falar em meses e passa a falar em semanas:
- E tu de quantas semanas estás?
- 10 e tu?
- Estou de 12!
- Mas tens a barriga mais pequena do que a minha!
- Pois é!
- É normal. Eu dos meus outros 2 filhos fiz sempre grandes barrigas. Eu estava grávida de 18 semanas, já toda a gente pensava que eu estava praí de 27.
(...nesta altura estou eu a fazer contas de dividir mentalmente)
- E a toxoplasmose?
- Ai eu não sou imune. Não posso comer saladas fora de casa.
- Eu ainda não fiz a análise mas não devo ficar. Nas outras gravidezes também não fiquei.
-E tens enjoado muito?
- Já passei essa fase. Ando é a ir constantemente ao wc.
- E eu! Nem te digo nem te conto. E cansada que eu ando...pffff

E as conversas lá seguem. Roupa de grávida, semanas de gravidez, ecografias, análises, diabetes, hemorroidal, enjoos...

Até aqui tudo bem. Eu vou ouvindo e aprendendo. O pior é que invariavelmente a conversa vai dar em algo que me desagrada:
"Tu és a próxima. Tens de te apressar. Que idade tens? 25? 26? ah 26! Ainda tens tempo...mas olha que passa a correr!!" (e falam disso como se uma bomba relógio estivesse dentro de mim, prestes a explodir caso eu não queira ter bebés nos próximos tempos).

E como dizemos a mulheres que estão radiantes na sua condição de barrigudas, que nós achamos isso uma coisa muito maravihosa e muito linda, mas nos outros? E que até podemos querer ter filhos, no futuro, mas será certamente daqui a muito tempo?


terça-feira, 28 de abril de 2009

Carinhos, mimos e ternuras dos meus alunos



Hoje um aluno meu chamou-me "mãe". Estava a colocar uma dúvida e em vez de "professora", saiu-lhe aquela palavra. Os colegas gozaram com ele "duhhhh a professora ainda não tem filhos!!" e ele ficou um pouco embaraçado.
Há dias em que os alunos nos enchem de mimos e carinho. É nestes dias que acho que tenho a melhor profissão possível. Mas há outros... (bem, não vou falar dos outros dias...).


Os meus alunos são os melhores do mundo.

Sou eu:
(Não estou linda?)





segunda-feira, 27 de abril de 2009

As coisas que eu gostava de fazer antes de morrer

Motivada pelo filme "Nunca é tarde" (no original The Bucket List), dei por mim a pensar em qual seria a minha lista de coisas que eu gostava de fazer, ou ver realizadas, antes de ir desta para melhor.

Depois encontrei um site fantástico (What do you want to do before you die?) com centenas de fotos de pessoas e as respectivas respostas a essa pergunta. Delicioso! (as fotos que constam neste post são retiradas de lá!)


















Lá diz:
“Ouvir centenas de respostas diferentes para esta questão de centenas de pessoas diferentes faz você imaginar: O que torna algumas pessoas mais conscientes de sua mortalidade do que outros? O que motiva pessoas a agir em suas vidas? Quais valores temos como sociedade? E quais valores outras sociedade ao redor do mundo acham importantes?”





















Como acho um exercício engraçado, aqui fica (sem nenhuma ordem em especial) a minha bucket list, ou o que gostava de fazer antes de morrer:

1) Conduzir um Bentley Continental GT. - Não há muito a dizer, é o meu carro favorito de sempre.

2) Ter uma casa linda e muito bem decorada, assim com um ar moderno.

3) Ter uma biblioteca em casa. - É verdade que já tenho uma quantidade considerável de livros, mas também é verdade que o espaço para os guardar começa a ser escasso.

4) Ter um quarto de vestir. - Sim, daqueles dos filmes com centenas de peças de roupa e milhares de pares de sapatos.

5) Sentir-me verdadeiramente útil, amada e desejada.

6) Ir à Islândia. - É também um sonho antigo.

7) Ver a aurora boreal. - Está um pouco relacionada com a anterior. Dizem que se sente uma paz ao ver as cores no céu nocturno que é verdadeiramente indescritível.

8) Assistir ao cantar do "You'll never walk alone" por um estádio do Liverpool repleto de adeptos. - Deve ser de arrepiar também.

9) Ir a Viena. - A par com Praga, é a capital europeia que mais quero visitar. (Já fui a Londres e a Paris.)

10) Ler o Guerra e Paz. - Dizem que nos muda enquanto leitores. Há quem o classifique como o melhor romance de todos os tempos. Quem o consegue ler, cresce. Nunca tentei, confesso. Nem sequer tenho nenhuma das edições. Na próxima Feira do Livro conto adquiri-lo.

11) Ir a Fátima a pé. - Sim, é verdade. E também gostava de fazer o caminho de Santiago.

12) Viver sozinha (temporariamente). - Sempre foi um modo de vida que admirei. Já vivi sozinha (apenas por um mês) e adorei. Gostava de ter a experiência por mais uns tempos. Um ano ou dois.

13) Viver em Nova Iorque. - Sim, gostava de viver na big apple. Podia ser apenas por uns seis meses, que eu já me dava por feliz.

14) Ver o Taj Mahal. - O grande monumento ao amor. Também adorava conhecer a Grande Muralha da China e o Machu Picchu.

15) Ter uns sapatos (vá 2 ou 3 pares...) daqueles criadores famosos: Louboutin, Jimmy Choo ou Manolo Blahnik. - um destes pares podia ser as sandálias laranja que figuram no header deste blogue.

16) Ingressar uma missão humanitária em África e salvar vidas. - Sempre quis fazer isto. Acho que é um bom uso que podemos dar à nossa passagem pelo planeta.

17) Ver que marquei positivamente a vida dos meus alunos, perceber que são bem sucedidos na vida e muito felizes.

18) Casar. - Vestida de noiva, com direito a marcha nupcial, meninos das alianças e coro na igreja. Levar com a chuva de arroz à saída, atirar o bouquet e beber champanhe com o braço entrelaçado ao do homem da minha vida. Enfim, o conto de fadas completo. Incluindo o "viveram felizes para sempre" no final.


































domingo, 26 de abril de 2009

Ontem chateei-me com a minha irmã

Estávamos nós num passeio pela capital, quando eu reparo numa publicidade à Triumph. Como se os cartazes com a Cláudia Vieira, cheios de Photoshop por sinal (dito por quem entende do assunto), não tivessem ainda mau gosto suficiente, resolveram colocar a Helena Coelho (que eu muito respeitava e admirava) numa situação tão triste que nem dá para acreditar. Digo respeitava e admirava porque uma mulher que aceite fazer um anúncio daqueles não merece sequer ser chamada de mulher.
Voltando ao nosso passeio, eu comentei este meu pesar com a minha irmã:

Girl: Olha-me para aquela publicidade, a dizer "a rainha do surf" e ela agarrada a uma tábua de passar a ferro. Quem terá sido o publicitário energúmeno que criou uma coisa daquelas. Um chauvinista de certeza. E aquela Helena Coelho muito me surpreende. Que trogloditas.

Irmã-da-Girl: Estás parva? Aquilo é uma prancha de surf. Diz "rainha do surf" e tudo. Achas que iam meter uma tábua de engomar numa publicidade em pleno séc.XXI?

Girl: Não sabes a diferença entre uma tábua de engomar e uma prancha? Aquilo é uma tábua.

Irmã-da-Girl: Impossível.

Girl: Aposto o que tu quiseres.

(A minha irmã já não respondeu. Eu aqui podia ter aproveitado a situação e ter apostado umas quantas limpezas da casa, ou alguns euritos, mas não...)

Quando passamos por outro cartaz semelhante:

Girl: Olha olha! Vês...vês? É uma tábua de engomar!

Irmã-da-Girl: Aquilo é uma prancha!!!!

Girl: Então e aquele coiso de metal para pôr o ferro?

Irmã-da-Girl: Pois. É uma tábua!

A conversa ficou por aqui porque os meus pais já não estavam a achar piada nenhuma à discussão.
Custa-me que após tantos séculos de luta pela igualdade social e profissional, pelo direito ao voto, pela possibilidade de estudar...continuem a colocar a mulher na publicidade como esposa, dona de casa e nada mais. Ainda por cima num anúncio dirigido a mulheres.

Gostava que todas as mulheres que lutaram, morreram e/ou se sacrificaram até hoje em prol da igualdade de direitos pudessem ver estes cartazes e dizer de sua justiça.

Mau. Muito mau mesmo! A Triumph e a Helena Coelho não ficam nada bem na "fotografia".


sábado, 25 de abril de 2009

Malas, alarmes, apitos e luzinhas

Hoje fui a Lisboa com os meus pais. Fomos buscar a minha irmã, que estuda lá e aproveitámos para visitar uma tia. Entretanto, fomos almoçar a uma superfície comercial e vimos uma ou outra lojinha (sempre muito rapidamente, porque o meu pai detesta esperar, detesta lojas e detesta roupa).

Ia eu a entrar numa loja da Salsa, quando o alarme dispára. Começa a fazer aquele "tiriririri" irritante, com as luzinhas a acender e a apagar. A rapariga da loja dirigiu-se a mim e chegámos à conclusão que era a minha mala (que eu tenho há 2 semanas e comprei na Pull & Bear) que tem um alarme no interior do FORRO. Ela disse que há lojas que têm essa política para evitar os roubos. Eu ainda disse que a menina da loja em que eu comprei a mala tinha desmagnetizado os alarmes, mas ela retorquiu que é escusado, porque esses alarmes reactivam-se com facilidade. A sugestão dela foi que eu o dobrasse de forma a parti-lo, o que o impediria de apitar de novo. Durante o almoço lá retirei tudo da mala e andei à cata do alarme dentro do forro. Lá o encontrei

Foi o que eu fiz, contudo, da vergonha já não me livrei. Quando puder vou passar na Pull & Bear e vão ter de me ouvir. Ah vão vão! Uma mala de 19,90€ a fazer-me passar tamanha vergonha. E vão descoser o forro à minha frente e retirar o alarme (que já está partido). Há coisas que não entendo!!!!

A funcionária da Salsa, por acaso, foi impecável, mas imaginemos que tinha desconfiado de mim. Que nervos!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Profissões, trabalho e estrangeirismos.

Já desde há algum tempo que há uma questão que me inquieta. Tem a ver com as profissões das pessoas. Antigamente, toda a gente queria ser bombeiro, polícia, professor, advogado, médico, jogador de futebol, enfermeiro, cabeleireiro ou até astronauta.
Eu queria ser professora. E sou. O meu trabalho é muito estimulante, desafiante mesmo! Mas muito, muito giro. É uma profissão de vocação e de muita paciência. Adoro o que faço (quase todos os dias). Chateio-me muito mas também rio muito e, com isto tudo, não perco lá muito tempo a ser adulta, séria nem carrancuda.
Quando uma pessoa está aborrecida com a vida, chega à sala de aula e tem 28 carinhas sorridentes a dizer "bom dia professora". Outras vezes também dizem "professora hoje não trouxe o livro" ou então "levámos trabalho de casa mas eu não fiz". Também acontece por vezes "eu fiz o trabalho de casa mas o meu irmãozinho deitou-o pela sanita". Ainda ouço coisas como "o João e o Filipe andaram à bulha no intervalo e partiram um vidro". Acreditem, acaba com o aborrecimento de qualquer um. Não posso queixar-me de monotonia.

No entanto, recentemente, apercebi-me que a minha profissão, bem como todas as profissões tradicionais, está fora de moda. Parece que já ninguém é professor, hoje em dia. Nem médico, nem advogado. O que está na moda é ter profissões que começam por "Responsável por..." ou então "Faço parte do Departamento..." ou até "Estou na área de...". E isto, é apenas o início. Regra geral estas profissões têm mais 4 ou 5 palavras para completar o ramalhete. Normalmente são profissões muito glamourosas e fashionistas. Ligadas ao marketing, publicidade ou comunicação. Mas desde quando é que ser responsável por alguma coisa é profissão de alguém? Não somos todos responsáveis por qualquer coisa? Eu sou responsável por 6 turmas e não é por isso que quando me perguntam a profissão eu digo "sou responsável por crianças".

É óbvio que quando alguém diz uma profissão dessas ("Responsável pelo Departamento de Marketing da empresa X", "Ligado à Comunicação da empresa Y"), qualquer pessoa com uma profissão dita tradicional fica sem capacidade de resposta para dizer "sou professora" ou "sou bombeira". Parece que somos reles quando comparadas com aquelas fantásticas responsáveis por tudo e mais alguma coisa.
Isto ainda se torna mais ridículo quando as profissões estão pejadas de palavras em Inglês (sim porque a língua portuguesa é pobrezinha "tadinha", temos de ir ao inglês buscar vocábulos para designar profissões tão complexas). É tão giro ser executive director. Ou account manager. Ou analyst de qualquer coisa. Ou senior. Ou junior. Ou Chief.

Para mim, esta questão roçou o anedótico quando, estava eu a ler a Vogue, e deparo-me com um nome de uma profissão que me intrigou de sobremaneira, senão vejam: "Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo Qualquer-coisa". Alguém me consegue elucidar sobre o que faz uma pessoa com tal nome de profissão? Gasta certamente mais 10 minutos ao telefone só para dizer o que faz: "Olá muito boa tarde, fala XPTO, a fashion, living.....................do grupo X". Quando acaba de dizer o que faz, já o interlocutor não se lembra de ter atendido o telefone, nem de quem é ou o que faz ali. Cartões de visita, não devem existir, pois acabariam com a tinta de qualquer tipografia.

Ainda mais giro vai ser quando morrerem, as Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo Lalala à porta do Céu:

S. Pedro: -E o que fizeste tu, durante a tua vida, minha filha?

Mulher-cuja-profissão-demora-muito-a-dizer: Eu fui Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X! E sempre fui muito boazinha. Desempenhava as funções de Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X com todo o meu empenho. E nunca andei enrolada com nenhum Chief Executive Officer de nenhuma empresa do Grupo. Nem com nenhum Chief Operating Officer. Chief Marketing Officers não contam pois não S. Pedro?

S. Pedro: (zzzzzzZZZZZZZZzzzzzzzzz)

Mulher-cuja-profissão-demora-muito-a-dizer: Não contam pois não? Ai não se atreva a contrariar-me. Nunca nenhum homem me contrariou em 20 anos de carreira como Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X. Nem sequer o Chief Human Resources Officer. A propósito, este também não conta pois não? Diga-me uma coisa S. Pedro, querido, aqui no Céu também há carros de serviço? É que eu tinha um Serie 5, cortesia da empresa para as funções de Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X. Espero também ter direito a combustível grátis, férias em hotéis e tudo o que uma Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X tem direito.

E pronto. É desta que S. Pedro pede a demissão. Aposto que nem dá os 30 dias a que a entidade patronal tem direito, pois mais do que isso esteve ele a ouvir a Fashion, Living & Lifestyle Executive Director do grupo X.

Por isso, se tens uma profissão de apenas 1 palavra (e em português) junta-te a mim. Vamos lutar pelo regresso das profissões com apenas um nome (e na língua materna).

Ou, pelo contrário, mudamos os nomes de todas as profissões. Eu passaria a ser, por exemplo, "Docente e Responsável Pedagógica pelo Processo de Ensino-Aprendizagem de Adolescentes na Purberdade, Idade Particularmente Difícil, da Empresa Escola do Grupo Escolas de Portugal".




quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aos meus companheiros de muitas horas...

Eles são quem me acompanha na maior parte das minhas viagens. Levo um sempre comigo quando vou ao médico e sei que vou estar muito tempo na sala de espera. Também para a cabeleireira, vou sempre munida de um deles. Não me chateio de esperar nas repartições de finanças, na segurança social nem noutros serviços, quando eles estão comigo. Com eles viajo no tempo e no espaço, conheço outras terras e culturas sem sair daqui. Com eles conheço pessoas boas e vilões. Com eles já fui à Lua, ao centro da Terra e ao topo do Everest.

A minha vida seria mais triste sem eles, os meus queridos livros.

Feliz Dia do Livro.

Procurar sem saber quem ele é, mas ter a certeza de RECONHECÊ-LO...

(ou post dedicado aos príncipes deste mundo, em particular ao meu, que é o mais lindo e mais especial...)


"Bonitos ou feios, altos ou baixos, bons ou maus, existe uma quantidade infinita de príncipes.

A sua vida não é tranquila: têm de vaguear pelas florestas para encontrar a princesa que lhes é destinada.

Depois acordá-la e beijá-la ou beijá-la para acordá-la.

Às vezes o episódio acaba mal e os príncipes transformam-se em sapos ou em qualquer outro animal menos conhecido: mosca vulgar, cleóptero ou raposa do deserto.

Mas, geralmente, quando um príncipe encontra uma princesa, conta-se que no fim "casaram e viveram felizes para sempre" e que "tiveram muitos filhos" ou ainda que "a sua felicidade durou o resto das suas vidas".

E não se diz mais nada, o que é curioso.(*) A história termina aqui.

O QUE ACONTECE REALMENTE AOS PRÍNCIPES DEPOIS DO CASAMENTO????"


in Princesas esquecidas ou desconhecidas, Philippe Lechermeier e Rebecca Dauttremer.


Porque há coisas escritas nos livros infantis que nos fazem sorrir!


(*) É com agrado que constato esta evolução nos livros infantis. Pode ser que a próxima geração de meninas seja menos ingénua, mais idependente e definitivamente mais leal do que as anteriores.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ela é a nossa casa...

...e hoje é o seu dia.

Feliz Dia da Terra.

Como é que uma mulher pode andar bem humorada...

...quando é molestada pelas dores menstruais?
Não pode, pois está claro!

O nosso governo bem que podia pensar nestes verdadeiros problemas do país. Decretar que as mulheres nestes dias não tinham de trabalhar seria bem pensado. E obrigar os namorados e maridos a serem extra-compreensivos. E a fornecerem mimos em quantidades industriais.

Voto no partido que colocar estas medidas no seu programa!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Num dia muito importante para o meu príncipe...

...aqui vai uma montanha de energias positivas e desejos que corra tudo bem.
Vai correr!!! ;)

A Rapariga das Laranjas investiga...

Já houve, nesta minha curta existência, umas quantas vezes em que me senti ignorante (para não dizer burra) mas assim em larga escala. Até há um ano/ano e meio atrás, isto era pouco frequente. Sempre que acontecia, lá ia eu investigar afincadamente o assunto sobre o qual não estava elucidada e plim...rapidamente virava sabichona. (há quem fale dos novos-ricos, eu inventei o conceito dos novos-sabichões)

Quis Deus nosso Senhor mais Maria Auxiliadora, que eu fosse arranjar um namorado que me faz sentir assim bastante frequentemente. E pior, fá-lo em questões sobre as quais é extremamente difícil ir procurar informação. Mas eu, qual Poirot no Expresso do Oriente, vou sempre tentando. Aqui ficam dois exemplos:

1) Estávamos nós a conversar (ainda namorávamos há muito pouco tempo), eis senão quando, sem qualquer aviso prévio, sou confrontada com uma expressão que eu desconhecia totalmente. Como é sabido, gaja que é gaja não admite os seus pontos fracos, "fechei-me em copas" (afinal eu tinha entendido tudinho pelo sentido da frase) e logo que possível...pimba...pesquisar no google. A bendita expressão/palavra/coisa-que-o-valha é "pandan". Ora pois. Usar uns sapatos pretos e uma mala preta é estar a fazer "pandan". Pois eu, burrinha, nunca tinha lido, sequer ouvido, semelhante vocábulo. Pelos vistos, os ignorantes, apenas conhecem o velhinho "estar a condizer" ou a "fazer conjunto". Nada de pandan's.
E o pior de tudo, é que eu achei que a expressão se escrevia "pendant", como aprendi nas aulas de francês (se bem que significava "durante" na última vez que verifiquei) o que se revelou um grande obstáculo à minha pesquisa. Pois é, meus amigos, após muito averiguar, percebi que se escreve, de facto, "pandan", contudo, continuo desconhecedora da sua origem. O que não faz "pandan" com a minha personalidade. Não faz não.

2) Pois que o rapaz foi jantar a casa de um casal amigo, daqueles "supê-chiques". Terminado o jantar, resolveu contar-me o que tinha jantado. Escusado será dizer, que a conversa perdeu a piada, para mim, logo quando falou das entradas. Parece que lhe foram servidas (aquilo que na altura me soou como) "brochetas". Evidentemente que já nem ouvi a descrição do resto da refeição, a minha cabeça ficou a remoer nas "brochetas" e que raio de entrada seriam. Aquilo pareceu-me mesmo muito estranho. Cá no meu Alentejo, essas coisas não são para comer (ok, mesmo que sejam, terá de ser como sobremesa e nunca como entrada). Confesso que nesta situação tive medo de pesquisar no google. Acho que não teria um resultado lá muito decente. Fui então aos livros de receitas. A minha tia tem centenas, motivo pelo qual rumei a sua casa, e lá passámos, as duas, uma bela tarde de Sábado, na senda das famigeradas "brochetas". Nada. Aqui tive mesmo de perder a vergonha e cometer o pecado mortal das namoradas: admitir a minha ignorância total no assunto.
Diz que as "bruschettas" (assim se escreve) são... (aqui vou fazer uma pausa, não vá algum dos 2 leitores deste blog desconhecer a expressão e, se assim for, vou fazer um pouco mais de suspense para dar um efeito semelhante ao que eu senti)...

...pois diz que sim, que as "bruschettas" são...

...são...

...são pão, meus amigos... sim, pão....pãozinho torrado no forno com queijo e tomate por cima. Parece que lá por terras da capital, há restaurantes só com isso.

A partir daí não mais falei em "pão". Abandonei estas 3 letrinhas, uma delas acentuada com um til (que demodè) e passei a chamar "bruschetta".
Quando vou à padaria, o velhote padeiro coça a cabeça e responde "-Não sei o que é isso menina".
Eu lá acabo por explicar que é pão. Só temos de o colocar no forno com um fiozinho de azeite, um pouco de queijo e tomate...voilà...sai uma "bruschetta".
O senhor responde que só vende mesmo o pão normal e a vida não está para inovar nos negócios. Tomara ele manter a padaria aberta, conforme está, já é muito bom, não deve nada a ninguém, e com esta crise nunca se sabe.
Eu lá atiro com uma última tentativa desesperada:
"-Mas se não quiser, também pode vender só o pão normal, mas chame-lhe "bruschetta", é muito mais chique".
O senhor diz que não. Não gosta dessas modernices, afinal vende pão há muitos anos, que é lá isso de vender "brochetas", além do mais, a sua mulher não ia gostar de certeza.
Mas eu lá vou tentando sensibilizá-lo para a importância do uso do estrangeirismo. Afinal, a língua portuguesa há muito que não figura nas tendências da moda.



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Porque será que temos dias assim?

Ele há dias... em que nos sentimos pequeninos pequeninos, insignificantes, como um insecto. Nestes dias parece-nos que toda a gente é melhor do que nós, todos são mais bonitos e mais interessantes. Parece-nos impossível sequer a realização do nosso sonho mais pequenino. Hoje sinto-me assim.
Definitivamente, não estou nos meus dias.

domingo, 19 de abril de 2009

Procurei a chuva...

...quando saí...

...mas encontrei o Sol! Será que veio para ficar?

Hoje fui a verdadeira rapariga das laranjas!

Levei uma hora a espremer laranjas no maravilhoso espremedor eléctrico que ofereci à minha mãe no seu aniversário. Querem um copo?


sábado, 18 de abril de 2009

Num Sábado chuvoso e cinzento como o de hoje...


...nada mais há a fazer do que ficar em casa (recusando todos os convites para sair), ler o jornal e descansar...descansar muito.

A todos os professores.


Ensinarás a voar...mas não voarão o teu voo.

Ensinarás a sonhar...mas não sonharão o teu sonho.

Ensinarás a viver...mas não viverão a tua vida.

Ensinarás a cantar...mas não cantarão a tua canção.

Ensinarás a pensar...mas não pensarão como tu.

Porém,saberás que cada vez que voem,sonhem,vivam,cantem e pensem...

...estará a semente do caminho ensinado e aprendido.


(Madre Teresa de Calcutá)

É a melhor profissão do mundo! (às vezes)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

É oficial...


...estou farta da chuva!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Há dias em que tudo o que precisamos é um abraço quentinho...


...e quando, numa Quarta-Feira, ganhamos muitos abraços desses, em que achamos que o tempo devia parar...

...e quando esses abraços nos são dados por aquela pessoa especial...

...e quando o carinho se torna tão importante como tudo o resto...

...então aí temos a certeza que tudo vai correr bem e vamos ser felizes para sempre (como nos livros).

domingo, 12 de abril de 2009

Anedota idiota...

Estava a ler o livro mais imbecil de que há memória (há muito que não tinha um pressentimento tão errado acerca de uma leitura)... e eis que surge uma anedota tão palerma quanto falsa*:

"-Sabes porque é que as mulheres assistem aos filmes pornográficos até ao fim?
-Não. É porquê?
-Porque pensam que no final há um casamento!"

Não esquecer: Escolher cuidadosamente os livros que se compram. Preferencialmente optar por algum que seja recomendado por alguém idóneo.

*É sabido que as mulheres NÃO vêm filmes pornográficos até ao fim (ok, por vezes podem fazê-lo. Um dia postarei sobre as razões que poderão estar na origem desse fenómeno)


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Girls Night Out

Era uma vez uma turma do ensino secundário que tinha umas alunas muito malucas.

Reza a lenda que viveram muitas aventuras em conjunto: as aulas eram festivais de risos e gargalhadas, as visitas de estudo autênticas cowboiadas e fizeram uma viagem inesquecível a Macau (onde passaram por infindáveis peripécias no meio dos chinocas).
Parece que quatro dessas raparigas se reuniram de novo. E viveram uma noite memorável.

Noite essa em que relembraram grandes episódios passados. As aventuras da P. presa numa casa -de-banho de uma zona de prostituição, enquanto a C. era abordada por um automóvel cheio de "intenções", as tentativas de conquistar a S. por parte de um rapaz com namorada, as inúmeras histórias de Macau (nomeadamente aquela em que, inadvertidamente, íamos parar ao "centro de massagens" cof cof...do hotel...de onde saiam sempre uns senhores muito engravatados e umas meninas muito espampanantes), a prisão de ventre da C. (que barrigada de rir)...

No entanto, o melhor de tudo não foi esse relembrar das velhas aventuras, mas o constatar que todas temos novas aventuras para contar. A C. enfrenta alguma má vontade por parte da chefia e, como sempre, enfrenta isso com garra e muito...muuuuiiiitooo sentido de humor (Betty Boop e Vida Loca ...demais). A S. continua divertidíssima e genuína, contou as suas desventuras com o Hector Jesus e seu vendedor muito atiradiço (que história!!!!!!). A P., a A. e a S. trabalham com miúdos endiabrados e enfrentam as agruras da carreira docente. Enquanto a C. trata dos mais graúdos sempre com um sorriso nos lábios.

4 grandes mulheres e (acreditem) cada vez mais bonitas, mais seguras, mais interessantes. É muito bom crescer ao lado de pessoas assim.
Apesar de infelizmente nos vermos muito pouco, é fantástico constatar que todas permanecemos fiéis a nós mesmas.

PS: Acabámos por não ver a tatuagem da C., que é no fundo das costas e por isso impossível de ser vista em publico pois ela estava de vestido, e, por isso mesmo, perdemos a oportunidade de ir as 4 em filinha pirilau ao WC do restaurante (nós, que somos as únicas gajas do mundo que não vão acompanhadas à casa-de-banho) .
PS2: Fica para a posteridade o carro que entrou na rua interdita ao trânsito e nos obrigou a levantar e desviar a mesa e cadeiras da esplanada para conseguir sair.


Novo corte...


...velha imagem.

Sim, é verdade. Ando meses a arranjar coragem para ir ao cabeleireiro, a respirar fundo, a convencer-me de que não dói nada, são só umas pontinhas (ou no linguajar dos artistas dos cabelos um ou dois "dedos"). Depois saio sempre de lá a pensar "agora vai levar mais meses a crescer, nunca vai chegar ao comprimento que eu quero".

Alguém, um dia, há-de explicar esta questão das mulheres com o cabelo.

Tenho amigas que o adoram curto e sempre que cresce um bocadinho mais, lá vão elas a correr à tesoura fazer um corte ainda mais extravagante.

Pelo contrário, eu, chego ao salão e digo "manter o comprimento, retirar apenas as pontas estragadas" (ainda está para nascer a cabeleireira que vai cumprir isto, mas ok). Confesso que, desta vez, não me posso queixar muito. Fui experimentar uma nova cabeleireira, com um tal de "método de trabalho francês". Segundo a minha amiga (que me recomendou vivamente esta cabeleireira) este corte dura meses sem espigar, "a sério"- dizia ela - "eu não vou lá há 6 meses e como vês, não está nada estragado". Chegou para me convencer. Sinceramente, durante o corte não notei nada de diferente no "método de trabalho francês". Estou à espera que passem os 6 meses para ver se o cabelo realmente "não espiga".

Em todo o caso, adorei a cabeleleireira. Durante as quase 2 horas que lá estive, e após uma marcação efectuada e confirmada por telefone, não foi capaz de decorar o meu nome. Não obstante, consegue ser uma querida pois começa e/ou termina as frases todas com "linda" ou então "boneca". Foi capaz de me elogiar mais durante aquele tempo do que os meus pais em toda a minha vida (ok, mau termo de comparação!!!!). "A boneca tem um cabelo lindo". "Com esta cara qualquer corte lhe fica bem". "Que querida tem mesmo cara de anjo".
E assim se processa uma troca justa. Eu pago (e convenhamos que lhe deixo o chão do cabeleireiro cheio de maravilhosas melenas do meu cabelo fabuloso) e ela faz-me massagens ao ego.

Fair enough.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Diz que a primeira vez é a mais difícil...

Diz que sim!

Cá estou eu, a postar pela primeira vez.

(que falta de educação, nem me apresentei)
Sou a Girl e tenho 26 anos (a caminhar apressadamente para os 27).

Prazer.

Bem-vindos aos meus aposentos bloggianos. "Come as you are".

(Não foi assim tão difícil...)